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Ex-goleiro ganha apoio de clubes brasileiros após revelar homossexualidade

Emerson Ferretti recebeu manifestações do Grêmio, clube em que começou, e do Bahia, onde atuou por cinco anos - Reprodução/Instagram
Emerson Ferretti recebeu manifestações do Grêmio, clube em que começou, e do Bahia, onde atuou por cinco anos Imagem: Reprodução/Instagram
do UOL

Do UOL, em São Paulo

19/08/2022 18h12

O ex-goleiro Emerson Ferretti, que revelou ser homossexual ao podcast "Nos Amários dos Vestiários", ganhou o apoio de clubes que defendeu durante sua carreira como jogador de futebol.

Um deles foi o Bahia, que contou com o atleta entre 2000 e 2005. No Twitter, o perfil da equipe nordestina ressaltou os feitos do arqueiro no time e valorizou a luta contra o preconceito.

"Máximo respeito, Emerson. O recordista de jogos seguidos pelo clube está no Hall de Ídolos do Museu do Bahia, é bicampeão do Nordeste, melhor goleiro do Brasil em 2001 e agora se torna mais uma importante voz na luta contra o preconceito. O futebol, como a vida, tem lugar para todos", escreveu a página.

O Grêmio, responsável por revelar o gaúcho Emerson ao cenário nacional ainda no final dos anos 80, também aplaudiu a atitude do ex-funcionário após depoimento ao conteúdo produzido pelo "ge".

"Um grande profissional dentro e fora de campo! Começou aqui, foi Campeão Gaúcho (89/90) e da Copa do Brasil (94), e também fez história em outros clubes pelo Brasil. Agora, novamente merece aplausos e nosso apoio pela luta justa contra o preconceito. Pelo direito de amar e viver!".

Emerson também passou por Flamengo, América-RJ, América-RN, Ituano, Bragantino, Juventude e Vitória em sua trajetória. Ele se aposentou em 2007, aos 35 anos.

"Não me contrataram porque sou gay"

Ao "Nos Armários dos Vestiários", Emerson revelou que o fato de ser gay interferiu diretamente em sua carreira. Ele alegou que dirigentes, ao tomarem conhecimento de sua sexualidade, cancelavam qualquer tipo de negociação.

"Eu parei de jogar com 35 anos, fui até o final, joguei em vários clubes. Sei que a fama me prejudicou bastante. Eu poderia até ter tido muito mais sucesso. Poderia ter feito muito mais coisas do que fiz, ter conquistado muito mais coisas. Eu acredito que é muito positiva (a carreira), principalmente por ter conseguido enfrentar tudo isso, ter sobrevivido até o final. O fato de ser gay não me parou, eu fui até o final. Mas sei de dirigentes que não me contrataram porque eu sou gay", disse ele.

"Lógico que existem gays no futebol, e muitos optam por casar. Dessa forma, eles se protegem, se enquadram num padrão que é aceito. Eles se protegem da suspeita de serem homossexuais e aí conseguem sobreviver. Só que normalmente, quando você faz isso, acaba levando uma vida infeliz, fazendo a outra pessoa infeliz. Eu optei por não casar. Optei por não enganar ninguém, por enfrentar tudo sozinho. Talvez aí também veio a fama, os comentários... porque eu nunca casei", completou o ex-goleiro, hoje com 50 anos.

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