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Arthur Zanetti fala sobre Liam, bebê mais forte do Brasil (e seu filho)

Arthur Zanetti, ginasta campeão olímpico, e filho Liam - Divulgação
Arthur Zanetti, ginasta campeão olímpico, e filho Liam Imagem: Divulgação
do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/08/2022 04h00

Imagine ver um bebê de quase 2 anos se pendurar nas argolas, sustentar o próprio corpo enquanto brinca no cavalinho ou ainda ficar "durinho" ao virar de cabeça para baixo. Todas essas atividades fazem parte da "apresentação" de individual geral do pequeno Liam, filho do campeão olímpico Arthur Zanetti, de apenas 1 ano e 10 meses.

Com muita energia para gastar, o menino chamou a atenção ao "brincar de ginástica artística" nas argolas do pai — especialista na prova — e já conta com mais de 80 mil seguidores no Instagram, criado há aproximadamente 15 dias. E o sucesso do pequeno arranca enormes sorrisos do orgulhoso papai, que aceita até ser apresentado como "Pai do Liam" nas próximas competições.

"É o orgulho do pai, ainda mais quando você vê os outros falando. A gente vai ao mercado, ao shopping e ele que está sendo reconhecido. Você acaba perdendo o nome. Meus pais perderam o nome, minha esposa também e agora está entrando no meu caso, o Pai do Liam. Mas tudo bem. Que ele tenha bastante sucesso e faça o que ele gosta", falou Zanetti em entrevista ao UOL Esporte.

Por que Liam está roubando a cena? Para Zanetti, além de ser "fofo e gostoso", o menino tem facilidade para executar movimentos que crianças da idade dele não conseguem. E isso se deve ao estímulo constante da "comissão técnica" de Liam, formada pela mamãe Jéssica e pelo papai Arthur.

"A gente começou a estimular muito, para o desenvolvimento dele. Ele pega as coisas muito rápido. Eu tenho argolas em casa e às vezes usava no fim de semana. Ele ficava observando e queria também subir nas argolas. Ele começou a se pendurar, tirar o pezinho do chão, se balançar. Aí eu fazia alguma coisa e ele queria imitar, como puxar a perninha e subir para a vela. Aí a gente começou a estimular ele nesse caminho", explicou o atleta de 32 anos.

Tudo, porém, é tratado como uma brincadeira e não um treinamento ou introdução à ginástica. Para treinar no mesmo clube do pai, o São Caetano, por exemplo, Liam precisa ter no mínimo 5 anos. Enquanto isso, ele faz aulas de natação e está prestes a entrar no judô.

Zanetti - Divulgação - Divulgação
Arthur Zanetti, ginasta campeão olímpico, e filho Liam
Imagem: Divulgação

Ainda assim, Zanetti tenta puxar a sardinha para o seu lado, e não descarta criar mais uma tradição familiar no esporte brasileiro, como acontece por exemplo na vela, com a família Grael.

"Pode ser que a gente tenha uma herança familiar na ginástica. Vamos ver. A gente vai introduzir outros esportes para ele. Quando ele completar dois anos vai poder fazer judô na academia que ele faz natação. Quanto mais ele tiver repertório motor, mais facilidade vai ter no futuro quando escolher um esporte. A gente sempre tenta puxar um pouquinho para o nosso lado, especialmente eu, para a ginástica. E vamos ver. Se ele for um ginasta a gente vai estar lá apoiando e quem sabe ser um treinador dele", falou o campeão mundial de argolas.

E erra quem pensa que a chegada de Liam apenas aumentou o número de brinquedos que a família tinha em casa. O pequeno se tornou um companheiro do pai em treinos e competições e também o responsável por acionar a "chavinha da preocupação" no dia a dia de Zanetti.

"Ele mudou muito a minha vida, em todos os aspectos. Primeiro, muita motivação para continuar treinando, para dar uma melhor qualidade de vida para ele. E outros aspectos, de pai, daqueles negócios de preocupação, de não deixar o filho chegar tarde porque é perigoso. Isso eu senti quando ele nasceu. Parece que uma chavinha mudou. Até ele nascer 'não, é tranquilo', 'nada acontece', 'tudo é mil maravilhas'. Mas assim que ele nasceu, essa preocupação de 'vou dirigir prestando atenção, bem mais cauteloso, não ficar saindo tarde porque estou com o meu filho'. Então você pensa em tudo para o bem dele", contou o agora cauteloso papai.

Pena que não deu para diminuir a rotina de treinamentos. "A gente tenta usar ele (Liam) como motivação para fazer a série mais difícil, acertar e conseguir sair inteiro para carregar ele".

Resta torcer para este gás a mais ajudar Zanetti a buscar sua terceira medalha olímpica daqui dois anos, nos Jogos de Paris 2024. Ele foi ouro em Londres 2012, prata na Rio 2016 e oitavo em Tóquio 2020.

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