Itália apura envolvimento de torcidas organizadas em desordens
Nos últimos dias, cidades como Roma, Turim, Milão e Nápoles têm registrado protestos violentos e até saques por parte dos manifestantes, que criticam o decreto do primeiro-ministro Giuseppe Conte que ordena o fechamento de bares e restaurantes às 18h, além de proibir o funcionamento de cinemas, teatros, piscinas e academias.
Segundo investigadores de Turim, existe a suspeita de uma coordenação de torcidas organizadas por trás das desordens dos últimos dias. Na capital do Piemonte, os confrontos da última segunda-feira (26) tiveram a participação de conhecidos integrantes das facções mais extremistas das torcidas de Juventus e Torino, os principais clubes da cidade.
Na Sardenha, um torcedor organizado do Cagliari foi denunciado por instigação à delinquência após postar nas redes sociais uma mensagem que pedia desordens nas ruas.
"Em Nápoles, ultras [como são conhecidos os torcedores organizados na Itália], extrema direita e camorristas se uniram, e se somaram também facções de extrema esquerda", disse o ministro do Sul, Giuseppe Provenzano, ao jornal La Repubblica.
Na capital Roma, 16 pessoas foram denunciadas por atos de violência em protestos, sendo que metade pertence ao movimento neofascista Força Nova e a torcidas organizadas romanistas. Na maior parte dos principais clubes italianos, os "ultras" são ligados a grupos de extrema direita, os mesmos que capitaneiam a oposição às novas medidas restritivas no país.
A Itália vem registrando recordes consecutivos nos casos diários do novo coronavírus, e as mortes - 221 na última terça-feira (27) - voltaram ao patamar da primeira quinzena de maio, antes do fim do lockdown. Até o momento, o país contabiliza 564.778 contágios confirmados e 37.700 óbitos na pandemia.
O restabelecimento de medidas restritivas para conter o Sars-CoV-2 acendeu nas autoridades italianas o sinal de alerta para um possível aumento da tensão social no país, que já enfrentou um rígido lockdown entre março e maio.
O Comitê Parlamentar para a Segurança da República (Copasir) já pediu a convocação de audiências específicas para discutir as manifestações dos últimos dias. (ANSA).
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