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Luís Roberto admite "pressão emocional" para narrar final da Libertadores

Luís Roberto, narrador do Grupo Globo - Reprodução
Luís Roberto, narrador do Grupo Globo Imagem: Reprodução
do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/02/2020 16h57

Durante uma entrevista a Alê Oliveira, no canal De Sola, do YouTube, o narrador Luís Roberto admitiu que narrar a final da Copa Libertadores 2019 não foi uma experiência totalmente confortável. O jornalista afirmou que sofreu uma pressão emocional por ter de substituir Galvão Bueno, que sofreu um infarto dias antes da decisão.

"Graças a Deus, já narrei um monte de coisa legal. Mas, o desconforto da final da Libertadores estava em não estar escalado para narrar e ter que substituir um companheiro. E substituir um companheiro que ficou 'contundido', digamos assim, não é legal. Eu, pelo menos, não me senti confortável com aquela história. Quando eu fiquei sabendo que o Galvão teve aquele probleminha, eu estava de folga. Ia voltar no sábado para ficar de stand-by naquele jogo mesmo. Então, a diretora me ligou na quinta-feira cedo. E foi difícil ir para Lima em cima da hora porque tinha muito rubro-negro indo pra lá. Mas apareceu um voo extra, a gente correu para pagar, e eu consegui viajar na sexta. Chegando lá, eu fui direto ao hospital, visitar o Galvão - ele estava dormindo, inclusive. Aí, eu não quis acordá-lo porque ele passou a noite em claro. Fiquei um pouco do lado dele e, a partir daí, me senti mais tranquilo. Mas não é uma questão técnica, de fazer aquilo que a gente já está acostumado, é mais uma questão emocional, de algo que estava divulgado. Todos sabiam que o Galvão ia narrar o jogo. Então teve essa pressão emocional de ter que substituir um companheiro nessa circunstância", contou o narrador.

Luís Roberto também falou sobre sua admiração por Lionel Messi. O narrador disse que o argentino é o melhor jogador que ele viu jogar.

"O melhor jogador que eu já vi jogar é o Messi. Tenho 58 anos e vi o Messi várias vezes em campo. Depois do Messi, para mim, é o Zico. [...] Eu não conto nunca o Pelé. Eu o vi jogar algumas vezes quando criança. Umas quatro ou cinco vezes. Era o Pelé, mas já estava com aquela coisa de parar. Já tinha se despedido da seleção. Na época, não entendia muito, era criança. E o Pelé não tem nada igual. Uma vez eu falei para o Zico que achava o estilo dele muito parecido com o do Messi e ele discordou, disse que o Messi fica mais tempo com a bola. O Messi atingiu um estágio tão absurdo combinada a uma longevidade", declarou.

O narrador ainda falou sobre a experiência com o VAR e como tem se adaptado ao uso na nova tecnologia no futebol. Luís Roberto admitiu que o árbitro de vídeo atrapalha suas narrações.

"O VAR atrapalha na narração. A gente vai se adequar. Quando surgiu o VAR, o conceito inicial era narrar os gols. Mas, o que acontece? Se você narra um gol anulado no campo e que está sendo analisado pelo VAR, a TV mostra o jogador com aquela carinha de bunda porque o gol foi anulado. Não combina gritar igual um louco o gol e o autor com a cara triste. Não combina porque a locução nada mais é que o texto da imagem. Então, nesses casos, eu não narro o gol", completou.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informou o primeiro parágrafo, Luís Roberto narrou a final da Copa Libertadores de 2019, e não a de 2020. O texto foi corrigido.

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