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Helicóptero de Kobe Bryant tentava evitar névoa quando perdeu comunicação

Kobe Bryant em frente ao helicóptero do modelo Sikorsky S-76B - Reprodução/Twitter
Kobe Bryant em frente ao helicóptero do modelo Sikorsky S-76B Imagem: Reprodução/Twitter
do UOL

Juliana Borba

Colaboração para o UOL, em Los Angeles

28/01/2020 17h46

Na tarde da última segunda-feira, o National Transportation Safety Board (NTBS), principal órgão federal americano responsável pelas investigações do acidente de helicóptero que levava o ex-jogador do Los Angeles Lakers, Kobe Bryant, afirmou que a aeronave não tinha caixa-preta porque tal dispositivo não é obrigatório em modelos no tipo. Ainda assim, alguns dados de radar foram divulgados por um dos membros do NTSB, Jennifer Homendy.

O modelo Sikorsky S-76B partiu do aeroporto John Wayne, em Orange County (condado há cerca de uma hora de Los Angeles onde Bryant residia com a família), às 9h04, horário local, com nove pessoas a bordo. Ele seguia para Thousand Oaks, local onde Bryant e sua filha Gianna, 13, participariam de um jogo de basquete da menina. Na hora da decolagem, as condições de voo eram visuais.

Como é um helicóptero Sikorsky S-76

No ar, o piloto Ara Zobayan, da Islands Express Helicopters, solicitou permissão para voar sob condições visuais especiais (SVFR), que permite seguir em condições de visualização comprometida. Zobayan trabalhava na empresa há 10 anos e tinha mais de 8 mil horas de voo. Homendy disse que o helicóptero entrou no espaço aéreo de Burbank e Van Nuys mais ou menos na metade do caminho planejado, a 1.400 pés de altitude e circulou sobre a área por cerca de 12 minutos depois de pedir permissão. O controle de tráfego aéreo, por sua vez, avisou ao piloto que havia atraso na comunicação por conta do tráfego. Questionada se tal espera é normal ou pode ter comprometido o vôo, Homendy afirmou que isso ainda será averiguado.

Quando o piloto solicitou Flight Following (Acompanhamento de Vôo, em tradução livre), assistência por radar, o controle avisou que ele estava muito baixo para recebê-la. A especialista do NTSB explicou, no entanto, que a aeronave não estava, necessariamente, voando baixo demais.uatro minutos depois, o piloto comunicou que estava subindo de altitude para evitar uma camada mais densa de nuvens. Dados do radar indicam que ele subiu 2.300 pés e, em seguida começou a descer, curvando para a esquerda. O controle perguntou o que o piloto planejava fazer, mas não obteve mais resposta.

Durante a comunicação com a torre de controle, o piloto informou que iriam subir para desviar de uma nuvem. "Quando a torre de controle perguntou ao piloto o que ele planejava fazer, não obteve resposta. Dados do radar indicam que o helicóptero subir para 2.300 pés e começou descida para a esquerda. O último contato com o radar foi por volta de 9h45", disse Jennifer Homendy, durante a coletiva da NTSB.

A aeronave acabou caindo a 1.085 pés acima do nível do mar, em terreno íngreme e de difícil acesso.

Local do acidente de Kobe Bryant

A área de impacto se espalha por cerca de 200 metros. Parte da cauda do helicóptero encontra-se na parte mais baixa da colina onde caiu, enquanto parte da fuselagem ficou mais acima do terreno. O rotor foi encontrado a cerca de 100 metros antes.

Na manhã do acidente, a névoa densa e baixa que encobria os céus de Los Angeles levou o Departamento de Polícia da cidade a manter seus helicópteros em solo. Ontem, o xerife do condado de Los Angeles, Alex Villanueva explicou que isso aconteceu porque os helicópteros do departamento, diferentemente da aeronave acidentada, são menores e só podem voar em condições visuais.

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