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Paquetá foi de "garoto sensação" ao ostracismo no Milan em um ano

Lucas Paquetá, durante jogo do Milan - Mattia Ozbot/Soccrates/Getty Images
Lucas Paquetá, durante jogo do Milan Imagem: Mattia Ozbot/Soccrates/Getty Images
do UOL

Do UOL, em São Paulo

24/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Meia recebia elogios do antigo treinador Gennaro Gattuso
  • Depois de sofrer uma lesão no tornozelo, Paquetá não voltou a render do mesmo jeito
  • Ele pediu para não ser relacionado para o jogo contra o Brescia

Lucas Paquetá chegou ao Milan com apenas 21 anos, mas com uma grande expectativa de conduzir o time italiano de volta ao período de glórias. O que indicava ser um casamento duradouro caminha para um fim melancólico. O meia tem tido pouco espaço com o técnico Stefano Pioli e pediu para não ser relacionado para o duelo contra o Brescia, pelo Campeonato Italiano, que acontece hoje (24).

A atitude é apenas mais um elemento de um momento de dificuldade enfrentado por Lucas Paquetá desde uma lesão no tornozelo em abril do ano passado. Na ocasião, o meia deixou o gramado como uma grande preocupação para o Milan, pois suas atuações rendiam elogios constantes da imprensa italiana e do técnico Gennaro Gattuso. Paquetá voltou poucos jogos depois, mas seu desempenho não foi mais o mesmo.

Gattuso era um entusiasta do futebol de Paquetá. Logo na estreia, rasgou elogios ao brasileiro. "Ele é um brasileiro atípico, ele é muito preparado taticamente. Ele é uma esponja. Ele absorve tudo. Tem grande margem de crescimento".

Lucas Paqueta conversa com Gennaro Gattuso - Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images - Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images
Gennaro Gattuso foi quem deu mais oportunidades a Paquetá
Imagem: Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images

A empolgação de Gattuso era seguida pelo principal jornal esportivo italiano. A "Gazzetta dello Sport" chegou a dizer que o brasileiro já havia virado um ídolo dos torcedores do Milan. "As performances de Paquetá não param de evoluir. Em um mês e um pouco, já é intocável para Gattuso", escreveu.

Mas a empolgação do jornal mudou do mesmo jeito que os rumos da carreira de Paquetá no Milan. Gattuso deixou o clube ao fim da temporada passada, e nem Marco Giampaolo nem Stefano Pioli, seus respectivos sucessores, mostraram a mesma empolgação com o brasileiro. Com Giampaolo, inclusive, Paquetá viveu o momento de maior tensão.

Depois de um jogo contra o Bologna, o treinador afirmou que Paquetá deveria ser "um pouco menos brasileiro". "Penso que Paquetá pode ser um excelente ala, só tem que aprender a ser um pouco menos brasileiro às vezes, um pouco mais objetivo".

Paquetá respondeu com uma postagem nas redes sociais dizendo ter orgulho de ser brasileiro. A atitude fez o Milan cogitar multá-lo, ideia rapidamente descartada pela diretoria italiana.

Paralelo a isso, a "Gazzetta dello Sport" ia dos elogios às críticas. Como se nunca tivesse dito coisas positivas sobre o brasileiro, o jornal publicou um texto em que considerava "decepcionante" o desempenho de Paquetá e dizia que o fato de ele atuar fora de posição com Giampaolo não podia ser uma justificativa.

"Depois de Gattuso, Marco Giampaolo também escalou o brasileiro no meio-campo. O desempenho é decepcionante, e um choque é necessário (...) Paquetá ainda é muito jovem, então, temos de dar mais tempo para ele amadurecer suas qualidades, mas o investimento de 35 milhões de euros produziu muito pouco até agora. (...) O armador Lucas não tem genialidade ou tempo de bola, uma qualidade que faz a diferença quando estamos a 20 ou 25 metros de distância do gol".

Giampaolo não está mais no Milan, e a saída de Paquetá parece ser a próxima. Também sem espaço com Pioli, o brasileiro convive com um quadro de ansiedade e estresse, como mostrado pelo colunista Menon, do UOL Esporte.

Na atual temporada, Paquetá atuou em 15 partidas, mas foi titular em apenas oito. Ele deu uma assistência e não balançou as redes nenhuma vez.

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