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Amaral se escala em 11 ideal com que já jogou e põe técnico gringo; veja

do UOL

Marcello De Vico e Vanderlei Lima

Do UOL, em Santos e São Paulo

19/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Ex-volante Amaral escalou os 11 melhores jogadores com quem já atuou
  • Lista não tem o técnico Vanderlei Luxemburgo e nem o goleiro Marcos
  • Amaral escalou Preud'homme no gol e o Carlos Bianchi como treinador
  • Ex-jogador ainda fala sobre o elástico que levou do Romário no Pacaembu

Vanderlei Luxemburgo de técnico? Marcos no gol? Nada disso. O carismático Amaral, o Coveiro, ex-Palmeiras, Corinthians e Vasco, escolheu outros ex-companheiros para formar a seleção de jogadores com quem já teve a oportunidade de trabalhar ao longo da carreira —num exercício sugerido pelo UOL Esporte.

Em relato exclusivo, Amaral iniciou seu time com o lendário goleiro... Michel Preud'homme! O belga com quem atuou no Benfica, de Portugal.

Já as escolhas dos jogadores das posições seguintes são mais esperadas, até chegar ao comandante do time; mais uma surpresa. Curioso? Calma, já chegamos lá.

Confira abaixo a seleção de 1 a 11 do Amaral e outros trechos da entrevista com o ex-volante que consegue agradar torcedores de todos os times, até de seus ex-rivais. Veja, por exemplo, quem ele considera os três melhores jogadores da história e o que Romário já lhe disse sobre aquele épico elástico no Pacaembu num Flamengo x Corinthians.

DEFESA: Preud'homme (Benfica), Cafu (Palmeiras), Antônio Carlos (Palmeiras), Aldair (seleção) e Roberto Carlos (Palmeiras)

O belga Preud'homme ação na partida contra a Arábia Saudita, na Copa do Mundo de 1994 - AP - AP
Imagem: AP

MEIO-CAMPO: Amaral, César Sampaio (Palmeiras), Djalminha (Palmeiras) e Rivaldo (Palmeiras)

SÃO PAULO, SP, 15.05.1994: Futebol - O volante Amaral e o jogador Cesar Sampaio do Palmeiras durante lance de jogo com Viola do Corinthians, no Pacaembu (Foto: Juca Varella/Folhapress) - Juca Varella-15.mai.1994/Folhapress - Juca Varella-15.mai.1994/Folhapress
Imagem: Juca Varella-15.mai.1994/Folhapress

ATAQUE: Romário (Vasco) e Ronaldo (seleção)

Ronaldo e Romário se encontram no Nosso Camarote, que teve show de Luan Santana - RT Fotografia/Brazil News/CS Eventos - RT Fotografia/Brazil News/CS Eventos
Imagem: RT Fotografia/Brazil News/CS Eventos

TÉCNICO: Carlos Bianchi (Fiorentina)

O argentino Carlos Bianchi - Alejandro Pagni/AFP - Alejandro Pagni/AFP
Imagem: Alejandro Pagni/AFP

UOL Esporte: Por favor, escale a sua seleção de jogadores com quem você trabalhou...

Amaral: Goleiro, Michel Preud'homme, trabalhei com ele no Benfica. Lateral direito é o Cafu, zaga Antonio Carlos Zago e Aldair, joguei com ele na seleção brasileira, e lateral esquerdo Roberto Carlos. No meio-campo, claro, Amaral [risos], e César Sampaio, com dois meias, Rivaldo e Djalminha. No ataque Romário e Ronaldo Fenômeno. Meu treinador seria Carlos Bianchi, trabalhei com ele na Fiorentina.

Você não pode contar mais os seus 'causos' em entrevistas? Somente em stand-up ou palestras? Você tem contrato com alguma empresa?

Eu não tenho contrato com ninguém, não, é que agora eu seguro um pouco pra contar os causos, entendeu? Alguém me contrata, me leva para vários eventos, e às vezes a gente faz stand-up, então não é uma coisa certa... Tenho que dar uma segurada também, toda hora todo mundo quer. 'Ó, conta isso aqui, conta essa aqui', entendeu? Então agora eu dou uma segurada.

Quais os cinco maiores times que você já viu na sua vida?

Ah, todos os times que eu joguei [risos]. Palmeiras, Corinthians, Vasco da Gama, Grêmio, Benfica, e tem mais...

Para o Amaral, quais os três melhores jogadores na história do futebol?

Na história, vou citar quatro: Romário, Djalminha, Dener e Ronaldo Fenômeno.

O Romário, por quê?

Amaral: Porque era um matador, né? Não é porque ele me deu um elástico, não [risos], mas ele era muito fora de série. Só que eu deixei muita gente boa de fora nesta seleção aí. O Djalminha porque é um gênio, o Dener porque era talentoso, despontou bastante, pena que aconteceu aquela fatalidade e acabou morrendo, mas seria um dos melhores jogadores... E o Fenômeno, dispensa comentários, baita jogador.

Cleisson (dir.) disputa bola com Amaral em Flamengo x Corinthians em 1999 - Rosane Marinho/Folhapress - Rosane Marinho/Folhapress
Imagem: Rosane Marinho/Folhapress

O que te fez chorar no esporte?

Perder a Olimpíada [bronze em Atlanta 1996] e perder o Mundial de Clubes contra o Corinthians em 2000, eu estava pelo Vasco.

Qual a mais marcante? As olimpíadas ou o Mundial de Clubes de 2000?

Amaral: Os dois, mas o Mundial marcou bastante também porque eu fui escolhido o melhor jogador em campo, e se fosse campeão, já imaginou? Campeão e ainda melhor jogador em campo? Pô, seria melhor, né?

O jogo de futebol que mais te irritou na vida foi?

Amaral: Brasil e Argentina, quando a gente ganhou de 1 a 0 lá com um passe meu... Esse jogo foi em 95, um amistoso da seleção brasileira, e fazia 19 anos que o Brasil não ganhava lá. Passe meu e gol do Donizete; e esse jogo me irritou porque eles chamavam de negrinho, cuspiam na gente, davam cotovelada... Eles irritaram.

Qual foi aquele cara mais chato que você marcou?

Zidane. Foi quando eu era da Fiorentina e jogava contra a Juventus. Era muito difícil marcá-lo, porque ele virava para os dois lados e eu não sabia pra onde o cara ia, era muito difícil.

Já teve na sua carreira uma discussão mais tensa por causa de futebol?

Jamais, eu sou um cara de todas as torcidas, sou de boa.

Qual o comentário no meio do futebol que você escuta e mais te irrita?

Salários altos, muito altos, e por isso que os clubes até acabam quebrando.

Como você se define? Fala o que você quiser.

Eu sou um cara meio estranho. Nunca pensei em ser jogador de futebol, e a coisa aconteceu naturalmente. Quem sonha não acontece, tem que deixar na vontade de Deus para as coisas acontecerem, e foi isso que aconteceu na minha vida. Eu sempre falo que fui um jogador limitado, mas sempre fui firme, profissional, e por isso que fui vendido duas vezes para a Itália, onde era o centro do mercado, muito difícil de um jogador jogar, e era o melhor campeonato do mundo. Na primeira vez fiquei um ano, no Parma, e depois três anos na Fiorentina e fui campeão da Copa Itália, 2000/01. Fazia tempo que ela não era campeã, e depois faliu.

Qual momento do esporte você não esteve, mas queria muito ter visto in loco?

Amaral: Uma Copa do Mundo. Um mundial sendo campeão do mundo, sabendo que a própria base foi a base que nós tivemos nas Olimpíadas. Praticamente todos os jogadores com quem eu joguei [em 1996] foram campeões do mundo, então esse é o momento que a gente queria estar. Mas se a gente não estava de corpo e alma, a gente estava nos corações daqueles companheiros que a gente desejou boa sorte.

Como foi a sua relação com o treinador Carlos Ancelotti?

Foi muito boa, apesar de que, quando eu fui pra lá, ainda não estava pronto pra ficar na Itália, e por isso acabei não ficando. Não me adaptei, nunca tinha saído do país ainda, e morando num país onde caía gelo do céu, fiquei meio assustado [risos]. Foi muito difícil na primeira vez, mas na segunda passagem pela Fiorentina foi muito bom, apesar de ter chegado lá e sofrido uma lesão de ligamento cruzado... Aí me recuperei lá e, no final, fui coroado e fui campeão da Copa da Itália em cima do Parma, onde não fiquei muito tempo. No Parma eu peguei o Carlos Ancelotti, Cannavaro, Buffon, etc..., então foi por falta de adaptação. Agora, trabalhar com o Ancelotti foi muito bom, ele gostava muito de mim... Às vezes eu curto algumas coisas dele no Instagram e as vezes ele até comenta, e isso é legal.

Voltando ao elástico do Romário em cima de você, no Pacaembu... Ele já comentou disso com você?

Ele falou para mim quando eu cheguei no Vasco da Gama: 'Agora você vai correr certo', e eu falei: 'Agora você pode dar elástico em mim no treino porque no jogo você está do meu lado [risos]'.

Cleisson (dir.) disputa bola com Amaral em Flamengo x Corinthians em 1999 - Rosane Marinho/Folhapress - Rosane Marinho/Folhapress
Imagem: Rosane Marinho/Folhapress

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