Mudança na estrutura pode atrasar planos e reabrir discussões no Cruzeiro
Não bastasse a crise dentro de campo, financeira e administrativa, o Cruzeiro ainda tem que lidar com as frequentes mudanças no organograma do clube que já ocorreram e ainda podem ocorrer. Sem margem para erro, a diretoria terá que acertar em cheio na montagem do elenco para 2020, mas pode ter o planejamento atrasado para revisar decisões antes concluídas por dirigentes anteriores. Com um novo homem-forte (Márcio Rodrigues é o novo vice-presidente de futebol), essas mudanças podem mexer com o futuro de jogadores tarimbados, daqueles que voltam de empréstimo e até com o técnico Adilson Batista.
Anunciado na última quinta-feira, Márcio Rodrigues será um dos responsáveis pela reestruturação do Cruzeiro. Ele herdou a vaga de Zezé Perrella, demitido do clube e que já vinha tomando algumas decisões, agora não tão definidas. Uma delas é o futuro de Thiago Neves. Em rota de colisão com a diretoria, Thiago foi afastado por Zezé e só não jogou a última partida do Brasileirão porque o então gestor de futebol vetou seu retorno. Com Márcio à frente do futebol, o nome do meia volta à pauta da cúpula. Se antes Thiago era carta fora do baralho, agora o vice-presidente de futebol irá conversar com o jogador e seu agente para encontrar um denominador comum, o que significaria uma eventual permanência com redução do salário.
Outro que ainda não está com sua permanência totalmente garantida é o técnico Adilson Batista. Amigo pessoal de Perrella, o comandante atendeu ao pedido do dirigente para tentar ajudar o Cruzeiro na reta final do Brasileirão. Sua permanência era dada como certa mesmo com a queda para a Série B, mas ganhou contornos de incerteza após a saída de Perrella. Em um primeiro momento, Adilson chegou a ser garantido pelo presidente Wagner Pires. Depois da chegada de Márcio, o discurso mudou e o nome de Enderson Moreira chegou a ser apontado por alguns veículos como eventual substituto. No momento, o vice-presidente de futebol não crava a permanência, mas também não descarta a continuidade do comandante.
Por fim, sete outros atletas também precisarão passar pelo crivo do novo dirigente. Nomes como Digão, Manoel e outros cinco atletas voltam de empréstimo na temporada de 2020. Todos eles já estavam descartados pela diretoria, que não pretendia aproveitá-los. Agora, esses nomes serão reavaliados pela cúpula celeste. Um exemplo é o caso do zagueiro Digão. O Fluminense quer permanecer com o jogador, mas ainda não sabe qual será a postura do Cruzeiro.
Além de revisar todas as decisões, a estrutura do Cruzeiro ainda pode sofrer uma nova mudança. O presidente Wagner Pires de Sá é o nome mais pressionado no momento, ao lado dos membros que formaram sua chapa nas últimas eleições. Além da torcida, conselheiros pedem que o mandatário renuncie ao cargo, o que mexeria diretamente com os próximos passos do clube. Até o momento, Wagner já deu declarações de que pretende permanecer, mas não está descartada uma saída caso sua situação fique insustentável no clube.
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