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Botafogo evitará decisão radical até que tenha dinheiro de investidores

Mesmo contestado pela torcida, Valentim seguirá no cargo por conta de multa milionária - Vitor Silva/Botafogo
Mesmo contestado pela torcida, Valentim seguirá no cargo por conta de multa milionária Imagem: Vitor Silva/Botafogo
do UOL

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

10/12/2019 04h00

A torcida do Botafogo esperava ansiosamente pelo fim do Campeonato Brasileiro para poder realmente focar no projeto que transformará em clube-empresa. A expectativa é que ocorresse uma verdadeira transformação em General Severiano. Uma renovação que fizesse do clube algo totalmente diferente do que se viu nas últimas temporadas. Isso tudo até poderá ocorrer, mas não tão rapidamente.

É que o Botafogo ainda não tem como precisar quando terá o dinheiro dos investidores na conta. Apesar de vários interessados, ainda não há nada fechado. E isso muda toda a forma de lidar com algumas situações. Se houvesse dinheiro no cofre, Alberto Valentim, por exemplo, dificilmente ficaria no clube para 2019. Com os bolsos vazios e sem condição de bancar a multa milionária, o treinador seguirá no Nilton Santos pelo menos até a disputa do Carioca.

Há uma preocupação com a reação da torcida, que abraçou o Botafogo nesta reta final de Campeonato Brasileiro e foi fundamental para a permanência na primeira divisão. A diretoria de transição, no entanto, entende que terá que tomar medidas impopulares neste momento. Apesar do otimismo, o Alvinegro ainda não conta com investidores e, portanto, o quadro é o mesmo dos últimos anos. Até o momento, não há grana, muito pelo contrário.

Portanto, não só Alberto Valentim, mas também o gerente de futebol Anderson Barros foram mantidos. O dirigente tem contrato até o fim de 2020 e uma multa rescisória de aproximadamente R$ 250 mil a ser paga pelo Botafogo em caso de demissão no período. Mesmo com o desgaste da torcida ele seguirá no clube.

Evidentemente que se trata de uma dupla bastante questionada pela torcida do Botafogo. A diretoria de transição entende que a manutenção deles não ajudará no relacionamento com a torcida, a quem pede um pouco mais de paciência. Existe um motivo para que a decisão atual seja tomada e, portanto, não se trata de uma preferência.

Esse motivo é algo que será bastante combatido pelos dirigentes que ficarão à frente do futebol até que os investidores definam a nova e permanente diretoria. Os novos contratos serão construídos de um modo que o Botafogo não fique refém de determinados profissionais justamente para evitar situações como a atual. A mudança esperada pelos torcedores pode até ocorrer em 2020, mas não tão rapidamente como o esperado.

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