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Perrella diz que ficará para reestruturar o Cruzeiro: "não vai acabar"

Gestor de futebol falou após queda para a segunda divisão e prometeu volta por cima - Bruno Haddad/Cruzeiro
Gestor de futebol falou após queda para a segunda divisão e prometeu volta por cima Imagem: Bruno Haddad/Cruzeiro
do UOL

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

08/12/2019 20h12

Durante longos minutos, antes de Adilson Batista, conceder sua entrevista, Zezé Perrella, gestor de futebol do Cruzeiro foi aos microfones para falar sobre o futuro do clube após a derrota de 2 a 0 para o Palmeiras, encerrando o ano com o rebaixamento inédito para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Entre pedidos de desculpas, Perrella também falou da vontade de permanecer no clube e reestruturá-lo para voltar a figurar entre os melhores do país.

"Hoje é um dia muito triste. Só tive um dia parecido como esse há 12 anos, quando perdi meu pai e a minha mãe na mesma semana. A sensação é bem parecida. Não estou aqui para arrumar desculpa, mas acho que cada um de nós que vivemos o Cruzeiro e tentamos fazer alguma coisa, temos alguma parcela de responsabilidade. Quando aceitei trabalhar como gestor de futebol, sabia do risco que estava correndo pelo meu legado de 17 anos. Resolvi aceitar esse desafio sabendo da imensa dificuldade que ia encontrar", iniciou.

"Quando a gente vinha para cá no ônibus, via essas pessoas torcendo, gritando, vibrando. Com essa possibilidade de cair, o torcedor ainda sai de casa e vem ajudar. Essas pessoas, eu sinto demais por elas. É para esse torcedor que estou me dirigindo. Se eu errei, se tenho alguma parcela de responsabilidade, é sempre tentando acertar. Nunca pequei por omissão. E nesse momento, entendi que tinha de fazer alguma coisa para ajudar. Digo a vocês uma coisa. Se o Cruzeiro não caísse, eu já teria comunicado ao presidente Wagner, tinha conversado com o próprio Valdir, com o Marcelo e o Adilson. Eu não continuaria e voltaria à minha situação de presidente do Conselho. Mas hoje quero ficar. Quero ficar para ajudar a reconstruir e voltar o Cruzeiro para o lugar que ele nunca deveria ter saído, que é a primeira divisão. Obviamente, continuarei se tiver respaldo de quem realmente é dono do Cruzeiro. Se os torcedores entenderem que eu tenho condições de contribuir, continuarei dando a minha contribuição. Não sou de fugir das responsabilidades", acrescentou.

A partir desta segunda-feira, o gestor sentará com o técnico Adilson Batista e o presidente Wagner Pires de Sá para começar a se planejar para uma nova realidade ainda nunca vista no clube. Sem dinheiro e com muitos medalhões, o primeiro passo deverá se desfazer de alguns atletas.

"Já vimos isso com outros gigantes, na segunda divisão tiveram oportunidade de rever tudo e recomeçar. O mais importante, nós não perdemos, que é 9 milhões de torcedores que vai nos ajudar a reerguer esse time querido. O Cruzeiro não vai acabar por conta disso e tenho certeza que o Cruzeiro vai voltar grande. Espero que o torcedor não nos desculpe não, nos perdoe! É de cortar o coração! Eles não têm culpa nenhuma disso. É muito triste!", acrescentou.

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