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Real Madrid amplia planos e quer criar superliga mundial, dizem jornais

Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, seria o principal responsável por planos - Divulgação/Real Madrid
Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, seria o principal responsável por planos Imagem: Divulgação/Real Madrid
do UOL

Do UOL, em São Paulo

06/12/2019 15h52

Resumo da notícia

  • Plano seria um desdobramento de plano inicial de uma superliga europeia, jogada por uma elite de clubes do continente
  • Ideia enfrenta resistência diante do risco de arruinar ligas nacionais e Liga dos Campeões; presidente da Uefa criticou
  • Diante de rumores de liga africana e do novo Mundial de Clubes, projeto seria ampliar competição para outros continentes
  • Real Madrid, Milan, Auckland City, Boca Juniors, River Plate, America (México), Guangzhou Evergrande e Mazembe teriam vaga

De acordo com os jornais The New York Times e Financial Times, o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, conversou recentemente com dirigentes de outros países para apresentar seus planos de criar uma superliga mundial de clubes. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, também foi consultado.

O plano, segundo o NYT, é reunir "uma competição de elite com os clubes mais ricos do mundo". A exemplo de rumores anteriores de uma superliga europeia, os participantes abririam mão de suas competições nacionais para a disputa de uma liga mundial ao longo de toda uma temporada. A novidade, desta vez, seria a participação de times de outros continentes.

A ideia seria ter a novidade já em funcionamento a partir de 2024. Anteriormente, 40 clubes europeus participantes seriam divididos em duas divisões, principalmente de cinco ligas (Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Itália), com acessos e descensos apenas internamente - ou seja, sem admissão de times de ligas nacionais. O problema: a possibilidade de desvalorizar as competições nacionais e principalmente a Liga dos Campeões da Europa.

O rumor da possível competição europeia ganha força ao mesmo tempo em que outros planos de competições internacionais emergem. Entre elas, a do novo Mundial de Clubes, com 24 times, a ser disputado a partir de 2021, e de uma liga africana - esta, uma proposta lançada pelo presidente da Fifa. Ásia e Estados Unidos também teriam conversas recentes sobre o assunto.

Com isso, o planejamento daria um passo à frente. O jornal Financial Times diz que o fundo de investimentos CVC seria responsável por financiar a nova competição. Assim como a liga europeia, a liga mundial também teria 40 times, divididos em duas divisões, com vagas garantidas para oito clubes fundadores da Associação Mundial de Clubes - além do Real Madrid, que preside a entidade, Milan, Auckland City, Boca Juniors, River Plate, America (México), Guangzhou Evergrande e Mazembe também teriam vaga assegurada.

Para Aleksander Ceferin, presidente da Uefa, a ideia com clubes europeus é "insana" e iria "arruinar" o futebol. "Se as informações merecerem crédito, isso vem de um único presidente de clube (...). Seria difícil pensar em algo mais egoísta", criticou, segundo o The New York Times. O Real não se pronunciou.

"Uma das funções do presidente da Fifa é ouvir as perspectivas de acionistas a respeito de tópicos relevantes do futebol", comunicou a entidade máxima do futebol em nota ao mesmo jornal. "A Fifa acredita que um diálogo aberto e construtivo entre diferentes membros da comunidade do futebol é essencial para encontrarmos o equilíbrio e a melhor solução para o futuro do jogo."

Em 15 de novembro, ao anunciar sua fundação, a Associação Mundial de Clubes prometeu dar voz a clubes de todos os continentes. "Mais clubes irão unir forçar em uma plataforma na qual estamos procurando dialogar da mesma maneira que fazemos com as associações (nacionais) integrantes da Fifa, confederações (continentais), ligas e jogadores", diz o texto.

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