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Jornal italiano faz capa racista e recebe críticas de clubes e da web

Lukaku em lance de gol anulado da Inter de Milão contra o Slavia Praga - David W Cerny/Reuters
Lukaku em lance de gol anulado da Inter de Milão contra o Slavia Praga Imagem: David W Cerny/Reuters
do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/12/2019 08h21

O jornal italiano Corriere dello Sport está recebendo críticas hoje após publicar uma capa racista, que estampa os jogadores Romelu Lukaku e Chris Smalling, ambos negros, com a manchete "Black Friday".

A matéria se referia ao confronto entre os times da Inter de Milão e da Roma na próxima sexta-feira. Lukaku e Smalling são ex-companheiros de Manchester United, como destaca o texto abaixo da manchete.

Até a Roma, time de Smalling, reagiu à capa, usando um meme para apontar que ninguém estava se referindo ao duelo entre os times dessa forma antes da manchete do Corriere:

Enquanto isso, a Inter de Milão, time de Lukaku, não fez referência ao caso especificamente, mas postou: "Futebol é paixão, cultura e irmandade. Nós somos e sempre seremos opositores de qualquer forma de discriminação".

O clube Fiorentina também se pronunciou, dizendo-se "sem palavras" com o caso, e acrescentando as hashtags #NãoAoRacismo e #ChuteParaFora.

Já o Milan comentou o caso através de sua conta oficial em português, classificando a mensagem como "completamente inaceitável".

No artigo, o jornalista do Corriere buscava apontar os problemas de racismo que recentemente vieram à tona no Campeonato Italiano, escrevendo: "Na face destes idiotas que vaiam [os jogadores não-brancos], todo mundo vai ter que fazer 'oooh' feito criança amanhã. Vai ser uma Black Friday".

Após a polêmica, o jornal publicou um breve texto assinado pelo editor Ivan Zazzaroni, em que ele defendeu a capa, dizendo que a matéria era "um elogio à diferença", que abordava "o orgulho da diferença, a magnífica riqueza da diferença".

Zazzaroni caracterizou a manchete como "inocente", e "perfeitamente argumentada" pelo jornalista Roberto Perrone, autor da matéria. "Negar a diferença é o típico obstáculo macroscópico do racismo anti-racismo", escreveu ainda.

Por fim, o editor do Corriere também detonou a indignação das redes sociais. "Plataformas digitais? Eu diria caixotes de lixo. Compostas de rancores nobres. Indignação barata. Hoje em dia, exércitos de pessoas corretas se reúnem na web para tornar brancas suas belas almas", ironizou.

Confira as reações dos torcedores no Brasil.

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