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Mario afasta Celso Barros do futebol do Fluminense até o fim de 2019

Mario Bittencourt confirmou afastamento de Celso Barros do futebol do Fluminense - Lucas Merçon/Fluminense FC
Mario Bittencourt confirmou afastamento de Celso Barros do futebol do Fluminense Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC
do UOL

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

21/11/2019 14h29

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21), o presidente Mario Bittencourt confirmou o afastamento do vice-geral Celso Barros do futebol. A medida, antecipada pelo UOL Esporte, foi anunciada oficialmente pelo mandatário após polêmicas causadas pelo dirigente durante má fase do Fluminense no Campeonato Brasileiro.

"Ontem tive uma conversa longa com ele, cerca de três ou quatro horas sobre os episódios. Nós já temos uma série de instabilidades, não quis criar outra. Quando a gente optou pela saída do Fernando Diniz, o vice me comunicou que queria a saída. Nós entendemos que os resultados não vinham acontecendo e acabei me convencendo de que deveria fazer a mudança. Vim aqui e assumi a mudança. Quando houve, agora, uma nova conversa, e o Celso mostrou vontade de tirar o Marcão, eu disse que era contrário e não acatei a mudança. E aí, ele buscou o caminho das redes sociais, dando entrevistas no sentido de que queria tirar o treinador e eu não. Eu não concordo com essa atitude, eu não faço o mesmo", disse.

Primeiro, o vice-geral foi afastado das viagens para São Paulo e Porto Alegre. Uma nova conversa entre os dois ocorrerá ao fim do campeonato, quando será decidido se Celso fica ou não na pasta do futebol.

"Diante das postagens e das discussões, que geraram nova instabilidade, eu optei por afastá-lo do departamento de futebol. Me gerou um grande problema, uma grande instabilidade quando um vice vai às redes sociais e à imprensa tentar atribuir uma decisão a mim como se fosse algo autoritário. Me senti exposto. Não por não ter responsabilidade. Não é uma reclamação. Diante disso, jogar para fora o que era interno, gerou instabilidade e eu tirei o Celso das viagens. Depois, algumas postagens de grupos que o apoiavam me atacando diretamente, dentro do ambiente e da situação que vivemos, eu o afastei até o fim do ano".

Mario também garantiu a manutenção do técnico Marcão até o fim do Brasileirão, evitando iniciar no clube uma "caça às bruxas" com a definição de um único culpado pela situação ruim na competição.

"O Marcão conseguiu recuperar boas coisas do desempenho e melhorar os resultados. Dos clubes que disputam contra nós, só o Cruzeiro tem um aproveitamento melhor que o nosso. O Botafogo, por exemplo, piorou muito após a troca de treinador. Com o Marcão, temos um retrospecto de 45%, similar ao 9º ou 10º lugar. É próximo ao do Bahia. Tá mais do que provado que só mudar o treinador não resolve. Em outros anos, o Fluminense trocou de treinador quatro ou cinco vezes no ano. Resolveu? Brigou para não cair. Desde que começou o trabalho, o aproveitamento e o resultado do Marcão são bons. Vamos seguir com o trabalho até o final. Não tem nenhuma novidade nem discussão".

Sobre a polêmica levantada durante a semana sobre uma suposta irregularidade na inscrição do atacante Clayton, do Vasco, o presidente, um notório advogado da área esportiva, disse não acreditar em denúncia por parte da procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

"É no mínimo controverso, mas caminha para que o Vasco esteja correto. Não me debrucei sobre a questão, justamente porque entendo porque o titular da ação é o Tribunal. Há informações de que houve consulta do Vasco à CBF, se isso ocorreu, o clube está respaldado. São informações que eu não tenho. No que vejo, o próprio Tribunal entende que não houve irregularidade", opinou.

Além disso, Mario Bittencourt lembrou episódio de 2013, explicando as diferenças entre os casos e revelando que o Vasco, naquele ano, foi quem levantou discussões sobre atletas do Criciúma na reta final da competição.

"Em 2013, houve uma suspeita que cinco ou seis jogadores do Criciúma estariam irregulares. Existem grupos que advogados discutem casos. Eu participei dessa discussão técnica e fui um dos advogados que fiz um parecer dizendo que os jogadores estavam irregulares. O jurídico do Vasco, naquela época, que trouxe a discussão e participou de tudo. Analisando documento a documento, me postei no grupo dizendo que não havia irregularidade", destacou.

Além do Vasco, outro rival citado por Mario foi o Flamengo. O presidente, que advogou para o clube no Caso Héverton, em 2013, lembrou que quem se salvou do rebaixamento, naquele momento, foi o Rubro-Negro, que também perdeu quatro pontos no Tribunal, naquela oportunidade, pela escalação irregular de André Santos.

"O caso da Portuguesa é diferente: chamamos de líquido e certo. O mundo inteiro sabe que aquilo está na lei. O jogador foi escalado irregularmente. O julgamento foi movido pela procuradoria do STJD. O Fluminense não fez nenhum movimento. O STJD moveu processo contra Portuguesa e Flamengo, que também perdeu quatro pontos. Quem se salvou não foi o Fluminense, foi o Flamengo. O Fluminense entrou como terceiro interessado porque de fato era", relembrou.

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