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Fla sofre mais que o habitual e tem lições em último ensaio antes da final

do UOL

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/11/2019 04h00

Ao final do empate por 4 a 4 diante do Vasco, o discurso de todos os jogadores do Flamengo era de que o ponto será valioso na busca pelo título do Campeonato Brasileiro. Com 11 de vantagem sobre o vice-líder Palmeiras, os rubro-negros têm um jogo a mais que os alviverdes.

Apesar de ver a situação sob a ótica do "copo meio cheio", fato é que a atuação abaixo da média deixa aprendizados para um time que fez uma espécie de ensaio final antes da final da Libertadores, do dia 23, contra o River Plate. Ainda que encare no domingo (17) o Grêmio, às 16h, em Porto Alegre, esta foi a última vez que o time titular atuou junto antes da decisão, já que Arrascaeta entrou no segundo tempo e compôs o Fla considerado ideal. Ante os gaúchos, Jorge Jesus já não terá como escalar Bruno Henrique, Willian Arão e Gerson, todos suspensos pelo terceiro cartão.

"Somamos um ponto, não perdemos. Nos preparamos para jogar contra o Vasco, agora vem o Grêmio, e só depois o River. Não temos pressa de título", disse Rafinha. O Fla se esforça para manter sua concentração de partida para partida. Mas parece inevitável a final continental centralize atenções. Ao mesmo tempo, seus jogadores vêm sendo desafiados do ponto de vista emocional. Jogos recentes contra Goiás, Botafogo e Bahia tiveram suas reviravoltas. Já o Clássico dos Milhões foi um tornado de sensações.

O duelo com o Vasco expôs também uma face não muito conhecida da equipe, que pareceu um tanto quanto desconcentrada diante de um adversário que demonstrou grande vontade de vencer. Ao abrir a contagem com menos de um minuto, o Flamengo contrariou a lógica de buscar o ataque incessantemente e diminuiu o ritmo de forma considerável.

Some-se a isso a noite infeliz do sistema defensivo rubro-negro, especialmente o miolo de zaga formado por Rodrigo Caio e Pablo Marí. Habitualmente seguros, os dois falharam seguidas vezes. Rafinha e Filipe Luís, considerados pilares do time, também não foram bem na marcação. Jogador que tem sido decisivo na temporada, Diego Alves hesitou no lance do quarto gol vascaíno. O conjunto da obra resultou na primeira partida que a equipe leva quatro gols sob o comando do Mister. Exceção feita a Bruno Henrique, autor de dois gols, o time não esteve em boa jornada.

Com o poderoso River Plate na mira, o Fla carrega consigo a lição de que não pode cochilar. Em uma decisão de jogo único, a desconcentração pode ser fatal. A favor do time, fica a lição positiva de ter demonstrado poder de reação, ainda que de forma um tanto quanto desordenada.

"Pecamos na marcação, mas não só atrás. Tem horas que as coisas não saem como o planejado, mas nós buscamos. Está chegando o final da temporada, a ansiedade não pode tomar conta", analisou Everton Ribeiro.

Com um último compromisso doméstico antes do embarque para Lima (PER), os próximos dias serão de intensa análise para que definir o time que vai a campo contra o Grêmio. Mesmo com três baixas já confirmadas, a tendência é que Jesus não mude muito mais a estrutura da equipe. Na última escala antes da finalíssima, é hora de minimizar os erros e fazer os ajustes finais.

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