Topo
Esporte

Palmeiras sofre para achar "camisa 10" e mantém dependência de volantes

Gustavo Scarpa não correspondeu às expectativas na partida do Palmeiras contra o Corinthians - MAURíCIO RUMMENS/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Gustavo Scarpa não correspondeu às expectativas na partida do Palmeiras contra o Corinthians Imagem: MAURíCIO RUMMENS/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

11/11/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Meio-campo do Palmeiras sofre para conseguir um titular absoluto que ajude time na criação
  • Gustavo Scarpa e Lucas Lima são as duas principais opções do setor, mas não engrenam
  • Mano Menezes reconhece que setor ainda oscila muito, mas pede tempo para amadurecer atletas
  • Time segue dependendo do bom desempenho de volantes como já foi em 2016 e em 2018

Em 2016, o palmeirense se empolgou ao ver seu time campeão brasileiro com a dupla de meio-campo formada por Moisés e Tchê Tchê. O fato de os dois volantes serem mais importantes na armação da equipe do que qualquer outro atleta virou um fator de exaltação no estilo de jogo de Cuca daquela época, mas virou um problema atualmente. De lá para cá, o Palmeiras já tentou diversos atletas que pudessem exercer a função cerebral na armação, mas não tem sucesso com nenhum.

Não é à toa, inclusive, que Moisés chegou a ser "agraciado" com a camisa 10 do Alviverde. O número tão simbólico na história do clube parou nas costas de um atleta que nunca foi um meia clássico no estilo de Alex e Ademir da Guia, por exemplo.

Desde 2016 até aqui, os principais meio-campistas do Palmeiras são volantes. Depois de Moisés e Tchê Tchê, o time ainda teve ótimas fases com Bruno Henrique e Felipe Melo sendo decisivos na criação. Agora, até a ascensão de Matheus Fernandes tem chamado a atenção dos torcedores, que já iniciam campanha por sua presença entre os titulares.

O empate por 1 a 1 com o Corinthians no último sábado deixou bem claro que a criatividade fica quase limitada às tentativas de Dudu. Zé Rafael tem tentado ajudar na função de armação e ganhou espaço com Mano Menezes, mas ainda deixa brechas que faz o torcedor sonhar com um meio-campista para chamar de seu.

Gustavo Scarpa foi o escolhido no clássico, mas seu desempenho foi ruim. Segundo estatísticas do Sofascore, ele acertou errou 22% de suas tentativas de passe, errou 60% dos cruzamentos e perdeu a bola em 15 ocasiões. Isso sem nem falar no pênalti perdido no terço final do 2º tempo.

Lucas Lima, outra opção para o setor, estava suspenso. Ele também tem encontrado dificuldade para manter o ritmo. Ele registrou seu primeiro gol na temporada diante do Vasco, na última quarta-feira, e não desperta a paixão do torcedor palmeirense.

Seu melhor momento foi justamente no ano passado, quando Felipão escalava a equipe reserva no Brasileirão. Seu desempenho não esteve perto de ser brilhante, mas acabou turbinado por excelentes partidas de Willian e Dudu, sempre aberto pelas pontas. Mano tem tentado mudar esse estilo.

"É uma posição que temos oscilações ainda. Eu sempre procuro montar as equipes com uma ideia de mais dois atacantes e um deles de beirada que ganhe em capacidade de se juntar aos homens de meio. Acho que o time fica mais completo assim. A equipe melhorou, mas precisa ser mais estável na construção, mais qualificada. Vale para a função de meia, vale para uma equipe como o todo e a incumbência desse jogador. Vamos dar maturidade para entender as escolhas, para acelerar o jogo e quando dar ritmo. Precisamos saber controlar mais o jogo e atacar espaço para aproveitar a situação que o adversário te dá", falou o comandante.

Além de Gustavo Scarpa, Lucas Lima e Zé Rafael, outro que pode ajudar na criação é Raphael Veiga. O meio-campista, no entanto, não tem conseguido receber chances e está longe de repetir o ótimo desempenho que mostrou no Athletico.

Esporte