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Como São Paulo com Dani Alves, Hernanes e Pato virou decepção no Brasileiro

do UOL

Danilo Lavieri e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

11/11/2019 04h00

A quinta colocação no Campeonato Brasileiro pode não parecer tão ruim. Mas para o torcedor do São Paulo o fim deste ano está com sabor de decepção. Vários motivos elencados pelo UOL Esporte explicam tal irritação, que culminou em um protesto de parte do público na porta do Morumbi ontem, após a derrota para o Athletico. As contratações de jogadores renomados, como Alexandre Pato, Hernanes e Daniel Alves, o fato de disputar a final do Paulistão, e as revelações de jovens promissores como Igor Gomes e Antony, criaram uma ilusão na cabeça dos tricolores de que era obrigação ficar à frente de outros clubes, como o Santos - adversário na próxima rodada.

"A gente está se cobrando entre nós. Não podemos aceitar essa situação. São duas derrotas em casa a gente nunca vai poder aceitar. Vamos ter que mostrar inconformismo. Felizmente, ainda estamos na quinta colocação, mas não foi por nosso mérito. Não por mérito desta semana", disse Raí, executivo de futebol tricolor.

"Em termos de pontuação, foi uma semana desastrosa. O torcedor quer ganhar e a gente também. Agora, é ter frieza para saber o que foi o segundo tempo contra o Fluminense, o começo. Hoje, tivemos domínio e não conseguimos vencer. Não adianta jogar tudo no lixo. Para o que equipe almeja, foi desastrosa. Mas fizemos coisas boas e temos de melhorar na sequência", afirmou Fernando Diniz.

Mudança de comando

Assim como aconteceu nas últimas temporadas, o São Paulo não soube construir uma identidade ao longo de 2019. O clube mudou de técnico, três vezes (isso sem contar o período de Vagner Mancini como interino). Com metodologias de trabalho totalmente diferentes, André Jardine, Cuca e Fernando Diniz foram os responsáveis por dirigir a equipe em 2019.

Filosofias diferentes

Cuca, por exemplo, era cobrado por não ter padrão de jogo e a intensidade dos treinamentos eram questionada por muitos. O trato com o elenco também estava longe de ser considerado o ideal. Diniz já é adepto de um estilo tático que dá preferência a ter a posse de bola. Formado em psicologia, costuma ter boa relação com os atletas.

No dia a dia, o atual comandante prioriza atividades longas e até mesmo o horário de trabalho é diferente. Enquanto Cuca colocava quase sempre os atletas no campo à tarde, Diniz usa as manhãs. Mesmo após um jogo à noite, a rotina é retomada cedo - fato que gera crítica de alguns.

Jogadores em baixa

É inegável que se esperava muito mais de astros como Alexandre Pato e Hernanes, que nas últimas partidas viraram reservas. Mudanças de posicionamento, falta de entrosamento e estágios diferentes de condicionamento físico podem explicar essa queda de rendimento. Como consequência, esses ídolos e até Daniel Alves, que chegou ao clube em agosto, já viraram alvos de xingamentos e protestos.

Política interna

Apesar de estar a mais de um ano da eleição presidencial, o clube vive um momento político conturbado. Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, é bastante questionado. O mandatário não conquistou nem sequer um título em sua gestão e viu o time ainda brigar para não ser rebaixado em 2017. O executivo de futebol, Raí, também é criticado e tem vínculo com o clube só até o fim deste ano.

Situação financeira

O São Paulo acumula, segundo relatório da diretoria, déficit de R$ 77 milhões apenas até agosto deste ano. Por isso, já ficou claro que será necessário vender atletas nos próximos meses. Nesta temporada, o clube chegou a atrasar os direitos de imagem de atletas e precisou pegar R$ 37 milhões emprestado com bancos.

Pressão por títulos

O São Paulo não conquista um título desde a Copa Sul-Americana de 2012. De lá para cá, ainda amargou fiascos, como a briga para fugir do rebaixamento do Brasileirão em 2013 e em 2017. Muitos acreditam que a a falta de triunfos recentes aumenta a pressão da torcida.

Lesões

Em diversas ocasiões os treinadores não puderam contar com todo o elenco por causa de contusões. Casos como o de Rojas, que nem sequer atuou neste ano, fizeram com que a torcida reclamasse do departamento médico.

Quem desfalca e quem está pendurado no São Paulo

Antony e Walce foram convocados pela seleção olímpica. O atacante recebeu também o terceiro amarelo e teria de cumprir suspensão automática no clássico com o Santos. Everton (ligamento do joelho) e Joao Rojas (cirurgia no joelho) seguem machucados e estão fora. Já a lista de pendurados é formada por Alexandre Pato, Anderson Martins, Liziero, Tchê Tchê, Raniel e Pablo.

Quem é culpado pelo momento do São Paulo?

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Marcello Zambrana/AGIF
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