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Por que o Inter escolheu Zé Ricardo para buscar vaga na Libertadores

Zé Ricardo é apresentado pela direção do Internacional como técnico do time - Ricardo Duarte/Inter
Zé Ricardo é apresentado pela direção do Internacional como técnico do time Imagem: Ricardo Duarte/Inter
do UOL

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

23/10/2019 04h00

O Internacional estabeleceu critérios e agiu com calma. Depois do insucesso em contratar Eduardo Coudet, do Racing, o Colorado avaliou o cenário e entendeu que Zé Ricardo era o nome para levar o time à vaga para a próxima Libertadores. E o processo de escolha se apoiou na boa relação dele com jogadores, nos trabalhos passados e na oportunidade de mercado.

Zé Ricardo foi consenso entre os membros da direção do Inter. O principal entusiasta da chegada, e quem o conhecia mais de perto, sempre foi o diretor executivo de futebol Rodrigo Caetano. E as informações que ele trouxe ao restante da direção firmaram o ex-técnico de Botafogo, Flamengo, Vasco e Fortaleza como alvo.

"O Zé Ricardo dispensa apresentações, tem uma carreira consolidada. Eu queria agradecer a decisão dele de abraçar esta missão. Desejo sucesso, que seja muito bem-vindo ao Inter e temos certeza da contribuição importante que dará para atingirmos nossas metas", disse o presidente Marcelo Medeiros.

"Muitas vezes temos como rotina personificar uma escolha ou sugestão. Mas eu já falei, e repito, que nós do departamento de futebol tomamos decisões compartilhadas. Todos participamos da tomada de decisão, para saídas ou chegadas. Principalmente num cargo de treinador, que é de muita confiança. Se ele [Zé Ricardo] está aqui é porque o nome foi consenso para o momento e o desafio que temos", completou Rodrigo Caetano.

Zé Ricardo é conhecido como um treinador de ótima relação com os jogadores. Em todos os clubes pelos quais passou, sempre manteve um ambiente de trabalho positivo. E não apenas com atletas, mas também com direção e funcionários.

No Colorado, também pesou os trabalhos no Rio de Janeiro. Em Flamengo, Vasco e Botafogo, o desempenho do treinador foi considerado satisfatório. No Fortaleza, a avaliação do clube gaúcho é que faltou tempo e respaldo para ele executar seus planos.

"O fato de eu ter trabalhado com ele talvez seja positivo para levar elementos ao debate. Ele teve uma passagem comigo no Flamengo, foi buscado nas categorias de base em um momento difícil, quando o Muricy Ramalho teve um problema de saúde. Esteve interino por 11 rodadas. O Flamengo liderou o Brasileiro, disputou até o final o título e acabou em terceiro, conseguindo vaga direta na Libertadores do ano seguinte. Já efetivado, ganhou o Estadual invicto. Depois foi para o Vasco, tirou time das últimas posições e levou para a Libertadores. Em seguida veio o Botafogo, que por si só já seria complicado porque foram poucos técnicos que passaram por três dos quatro grandes do Rio. E não foi à Libertadores por questões mínimas de pontuação", explicou Caetano.

Outro ponto importante na decisão de contratar Zé Ricardo foi a disponibilidade. Um contato feito na última sexta-feira, alguns dias para pensar em razão de projetos pessoais e a possibilidade de fazer intercâmbio fora do país, e a resposta, tudo ocorreu dentro do planejamento da direção vermelha.

"Fizemos um contato com ele na semana passada. Todos sabem, e ele, inclusive, que após a saída do Odair, o Inter fez um convite a um profissional que não pôde estar conosco [Eduardo Coudet, do Racing]. A partir daquele momento, dentre os técnicos disponíveis, o Zé Ricardo sempre foi nossa primeira opção. Sei que muitos prospectam outras possibilidades de contatos que supostamente teríamos feito, com técnicos em atividade, mas queremos ratificar que isso nunca aconteceu. Na semana passada, após o jogo com Avaí, o procuramos, e depois do jogo contra o Vasco voltamos a carga para que o Zé aceitasse estar conosco. Neste período, somente ontem, ele, após refletir e entender nossos motivos, aceitou o convite", completou o executivo.

Por fim, o histórico de sequência de trabalho indicou uma possibilidade de agir sem ser uma ruptura drástica ao legado de Odair Hellmann. Zé Ricardo, pelo já apresentado, se mostrou capaz de implementar suas ideias de forma propositiva, valorizando o que já havia sido feito.

"Ele veio para o desafio de peito aberto porque é o Inter. Principalmente pela análise do grupo de atletas. Por tudo isso entendemos que vai conseguir implementar suas ideias sem uma ruptura drástica do que vinha sendo feio. Numa reta final, faltando só 11 jogos, dependendo do movimento o prejuízo poderia ser maior do que o benefício. Optamos pelo caminho do benefício, uma liderança, bons treinamentos, visão de jogo e experiência", finalizou Caetano.

Zé Ricardo comanda seu primeiro treino pelo Inter na manhã de hoje. A estreia à beira do gramado ocorre contra o Bahia, sábado, em Salvador.

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