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Coreia do Norte enfrenta Coreia do Sul com arquibancadas vazias e sem transmissão ao vivo

15/10/2019 13h53

Por Hyonhee Shin

SEUL (Reuters) - Inimigos de longa data, as Coreias do Norte e do Sul disputaram uma partida válida pela eliminatória da Copa do Mundo nesta terça-feira, a primeira partida de futebol no país do norte em 30 anos, mas os torcedores não tomaram conhecimento do jogo, já que Pyongyang não permitiram que eles fossem às arquibancadas e se recusou a transmiti-lo ao vivo.

A partida também terminou sem gols.

A última vez em que os dois times se encontraram em uma eliminatória do Mundial foi em Seul 10 anos atrás, quando os norte-coreanos perderam de 1 x 0 e acusaram seus vizinhos do sul de envenenarem a comida de seus jogadores antes da partida.

A reclusa Coreia do Norte e a rica e democrática Coreia do Sul ainda estão tecnicamente em guerra porque o conflito que travaram entre 1950 e 1953 terminou com uma trégua, e não um tratado de paz.

Os hinos nacionais dos dois países foram executados antes do início do embate no Estádio Kim Il Sung e as bandeiras respectivas foram hasteadas, disse a Associação Sul-coreana de Futebol (KFA).

Duas partidas anteriores pelas eliminatórias que aconteceriam na Coreia do Norte tiveram que ser transferidas para Xangai, porque Pyongyang se recusou a hastear a bandeira ou tocar o hino da nação vizinha.

A Coreia do Norte prometeu fornecer imagens da partida em DVD, comunicou o Ministério da Unificação sul-coreano.

"Precisaríamos de tempo para verificações técnicas, mas apesar de alguns atrasos, nosso povo poderá assistir à partida", disse uma autoridade do ministério, solicitando anonimato devido a se tratar de um assunto delicado.

A mídia estatal norte-coreana não mencionou a disputa. Dois jogadores de cada lado receberam cartões amarelos, segundo a KFA.

O ano passado teve uma série de iniciativas diplomáticas bilaterais no esporte. Os dois países levaram uma equipe mista de hóquei no gelo para a Olimpíada de Inverno de 2018 da Coreia do Sul e marcharam juntos na cerimônia de abertura.

O fato deu ensejo a uma sequência de cúpulas entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o sul-coreano, Moon Jae-in. As duas Coreias até conversaram sobre uma proposta conjunta para sediarem a Olimpíada de 2032.

Mas as relações esfriaram desde então devido à falta de avanço nas negociações a respeito das armas nucleares e dos mísseis balísticos da Coreia do Norte.

Pyongyang também proibiu que torcedores sul-coreanos viajassem para assistir o jogo.

(Reportagem adicional de Heekyong Yang)

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