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Caso de racismo gera briga entre governo e federação búlgara

15/10/2019 10h12

LONDRES, 15 OUT (ANSA) - Os cantos racistas proferidos pelos torcedores da Bulgária na partida contra a Inglaterra, pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2020, iniciaram nesta terça-feira (15) uma briga entre o governo local e a Federação Búlgara de Futebol (BFS).   


Durante a goleada da Inglaterra por 6 a 0, em Sofia, um grupo de torcedores búlgaros fizeram saudações nazistas e cantaram músicas racistas para os atletas britânicos. O embate precisou ser paralisado em duas ocasiões e o anúncio que o jogo poderia ser suspenso por conta dos abusos foi recebido com vaias.   


Os principais alvos dos torcedores locais foram os jogadores Tyrone Mings, Marcus Rashford e Raheem Sterling, que são negros.   


Por conta das agressões raciais, o primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borissov, pediu a demissão imediata do presidente da Federação Búlgara de Futebol, Borislav Mihaylov. A informação foi confirmada pelo ministro do Esporte de Sofia, Krasen Kralev, em entrevista à emissora "BBC".   


"O primeiro-ministro acabou de me ligar com a máxima urgência. O governo fez muito para promover o futebol búlgaro nos últimos anos. Mas depois dos recentes episódios, o primeiro-ministro ordenou que eu suspendesse a partir de hoje qualquer relacionamento com a Federação até a demissão de Borislav Mihaylov", afirmou Kralev.   


Já o governo do primeiro-mistro britânico, Boris Johnson, disse que os cânticos racistas contra os jogadores da seleção inglesa foram "infames".   


"Esta mancha no futebol não está sendo tratada adequadamente. O racismo e a discriminação devem desaparecer do futebol de uma vez por todas", disse um porta-voz de Johnson, acrescentando que o governo irá pedir para a Uefa adotar "duras sanções".   


Indignado com os abusos, o técnico da Inglaterra, Gareth Southgate, classificou como uma "situação inaceitável" os incidentes durante o jogo contra a Bulgária. A Federação Inglesa de Futebol, por sua vez, pediu para a Uefa iniciar uma "investigação urgente".   


O técnico da Bulgária, Krasimir Balakov, afirmou que o racismo na Inglaterra "é maior" do que em seu país, já que o campeonato local possui jogadores de "muitas etnias e cores". "O que eu quis dizer é que no Campeonato Búlgaro não temos esses problemas, enquanto houve incidentes de racismo em várias divisões do futebol inglês, o que eu considero normal, porque é um grande país com uma população muito diversa. Mas não temos esse problema na Bulgária, posso garantir isso", disse o treinador de 53 anos.   


Nas redes sociais, logo após o jogo, o atacante Sterling, um dos alvos dos torcedores búlgaros, rebateu a declaração de Balakov ao escrever "não tenho certeza sobre isso, chefe".   


Com a vitória, a Inglaterra chegou aos 15 pontos e lidera o grupo A das Eliminatórias para a Euro 2020. A Bulgária, por sua vez, faz uma péssima campanha e segura a lanterna da chave com apenas três pontos conquistados.(ANSA)
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