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Campeã olímpica, Kahena Kunze dirigirá regata pela saúde na Espanha

23/09/2019 14h56

Madri, 23 set (EFE).- A brasileira Kahena Kunze, campeã olímpica na classe 49er da vela no Rio 2016 ao lado de Martine Grael, dirigirá da próxima sexta-feira até a próxima segunda em Pontevedra, na Espanha, um projeto que embarcará dois veleiros e 14 mulheres especialistas em segurança e saúde no trabalho em suas empresas.

A iniciativa, denominada Desafio Ola Salud, coincide com a celebração do Dia Marítimo Mundial na próxima quinta e é um projeto de uma empresa espanhola que quer voltar o foco para o empoderamento da mulher na comunidade marítima.

Durante a regata, que percorrerá as Ilhas Atlânticas da Galícia, as participantes conviverão com um grupo de iatistas olímpicas liderado por Kahena, campeã do mundo, olímpica e pan-americana e que já tem vaga garantida em Tóquio 2020.

"Como mulher e iatista, me gera grande expectativa ser diretora de um projeto no qual estão envolvidas mulheres tão batalhadoras. Para mim, é uma honra fazer parte dessa travessia e mostrar um pouco mais as variáveis existentes em um esporte tão complexo como a vela", disse a brasileira de 28 anos em entrevista à empresa organizadora.

Kahena e Martine transferiram os seus treinamentos para o Japão para se prepararem para as ondas mais fortes da costa do país, na luta pelo bi.

A iatista lembrou o momento que protagonizou junto com a companheira de tripulação na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos deste ano, em Lima. Na ocasião, as duas foram autorizadas a desfilar em casal como porta-bandeiras do Brasil, algo sem precedentes.

"Neste ano, além disso, foi um dos de maior número de mulheres competindo em vários esportes. Levar a bandeira representou toda a força das mulheres, não só na vela, mas no mundo do esporte como um todo. Você não pode imaginar a energia tremenda existente ao entrar no estádio. Além disso, conquistar o primeiro ouro pan-americano também foi incrível", destacou.

Kahena declarou também que, apesar de a presença da mulher em todos os esportes seja cada vez maior, ainda há ideias que devem ficar para trás. "Ainda há muitas ideias preconcebidas. Há ainda muitas modalidades que sofrem com falta de patrocínios e falta de incentivos para as mulheres. Está mudando pouco a pouco, mas também estamos demonstrando cada vez mais que nós mulheres somos capazes de vencer de igual para igual", enalteceu.

"Eu acredito que todos os esportes são ferramentas para a transformação de vidas e de ideias. A prática de esporte pode ser uma força para amplificar as vozes das mulheres e, assim, derrubar as barreiras de gênero e discriminação. As mulheres, graças ao esporte, podem desafiar e obter a percepção de que 'sim, somos capazes'", finalizou. EFE

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