River e Cruzeiro abrem oitavas da Libertadores com 0 a 0 em jogo fraco

Buenos Aires, 23 jul (EFE).- Em uma partida pouco empolgante e de muitos erros dos dois times, com direito a pênalti perdido no último lance, River Plate e Cruzeiro abriram a fase de oitavas de final da Taça Libertadores com um empate sem gols no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.

O jogo colocou frente a frente o atual campeão e o dono da segunda melhor campanha da fase de grupos - a Raposa venceu os cinco primeiros compromissos e só perdeu para o Emelec, na rodada final, com equipe mista. A promessa era de um duelo equilibrado, o que se confirmou, mas também de melhor nível técnico, o que não se concretizou.

Houve nada menos que 124 passes errados, 78 dos mandantes e 46 do time visitante, que finalizou apenas duas vezes, ambas para fora. Os 'Millonarios' ainda tentaram em 13 ocasiões, cinco delas defendidas pelo goleiro Fábio. Entre as oito que não foram em direção ao gol, está o pênalti cobrado por Suárez por cima do travessão, nos acréscimos da etapa final.

Com o resultado, o River terá a vantagem de jogar por um empate com gols na volta, daqui a uma semana, no Mineirão, em Belo Horizonte. O atual bicampeão mineiro precisará da vitória ou ficar em um novo 0 a 0 e buscar nos pênaltis a vaga para pegar Cerro Porteño ou San Lorenzo nas quartas.

O Cruzeiro teve apenas um desfalque na Argentina, o atacante Fred, vetado devido a uma crise de labirintite. No River, o volante Ponzio foi a única baixa, enquanto o atacante Pratto, que pode estar de saída rumo ao Flamengo, se recuperou recentemente de problemas físicos e ficou no banco, entrando no decorrer do duelo.

O tricampeão da Libertadores começou recuado, e o time da casa, que defende o título, foi ganhando campo, mas sem uma chance clara na primeira metade da etapa inicial. A primeira finalização de maior perigo aconteceu aos 24 minutos, quando Angileri levantou da esquerda e Álvarez cabeceou. Fábio deu rebote, e Fernández tentou na sequência, mas, pressionado por Egídio, errou o alvo.

Com dificuldade para entrar na área adversária e percebendo que Dedé e Léo levavam a melhor em quase todos os lances pelo alto, Palacios arriscou de longe, aos 31 minutos, mas Fábio defendeu firme.

Em inferioridade numérica nas poucas vezes em que descia ao ataque, o Cruzeiro quase não incomodava. Aos 36, Pedro Rocha acelerou pela esquerda e driblou Montiel, mas não teve para quem passar nem ângulo para chutar e ficou sem a bola.

Aos 43, os 'Millonarios' enfim foram efetivos na jogada aérea e não abriram o placar por centímetros. Depois do escanteio pela esquerda, Rojas, que havia entrado em lugar do lesionado Pinola, se antecipou a Dedé na primeira trave e cabeceou rente ao travessão.

Logo na volta dos vestiários, aos dois minutos do segundo tempo, o Cruzeiro balançou a rede. Thiago Neves enfiou, Marquinhos Gabriel partiu livre e tocou rasteiro na saída do goleiro Armani, mas, com a ajuda do VAR, o árbitro Julio Bascuñán anulou o gol.

O lance não mudou o panorama do jogo, e as chances continuaram escassas. Aos 15 minutos, De la Cruz foi quem bateu de fora pelo River, mas encobriu a meta. Aos 17, Pedro Rocha invadiu pela esquerda e até conseguiu um bonito drible, mas adiantou muito e ficou sem a bola. Três minutos depois, David, que substituíra Thiago Neves, deixou três na saudade, mas tocou para ninguém no meio da área.

O River conseguiu transformar o domínio territorial e de posse de bola em pressão a partir dos 30 minutos. Aos 37, Suárez emendou uma bicicleta à direita da meta. Aos 39, Fernández bateu escanteio, Fábio "caçou borboletas", e Pratto, sem goleiro, cabeceou para fora.

Um minuto depois, Suárez cabeceou para o chão, Fábio fez grande defesa, e a bola resvalou no braço esquerdo de Orejuela. Apesar da reclamação dos donos da casa, em campo e na arquibancada, o árbitro ouviu o VAR e nada marcou.

Aos 45, o Cruzeiro emplacou um último contragolpe com três homens contra apenas um defensor. Pedro Rocha acelerou pela esquerda e poderia acionar David ou Jádson, mas demorou a definir e perdeu para Martínez Quarta.

Nos últimos instantes, aos 52, o árbitro de vídeo flagrou um pênalti de Henrique, que puxou a camisa de Pratto após escanteio pela direita. Bascuñán apontou para a marca da cal, e Suárez foi para a bola, mas pegou muito embaixo e cobrou por cima do travessão.

Ficha técnica:.

River Plate: Armani; Montiel, Martínez Quarta, Pinola (Rojas) e Angileri; Pérez, De La Cruz (Ferreira), Palacios e Fernández; Álvarez (Pratto) e Suárez. Técnico: Marcelo Gallardo.

Cruzeiro: Fábio; Orejuela, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Romero (Jádson), Robinho (Cabral), Thiago Neves (David) e Marquinhos Gabriel; Pedro Rocha. Técnico: Mano Menezes.

Árbitro: Julio Bascuñán (Chile), auxiliado pelos compatriotas Christian Schiemann e Claudio Urrutia.

Cartões amarelos: Álvarez, Pérez e De la Cruz (River Plate); David e Léo (Cruzeiro).

Estádio: Monumental de Núñez, em Buenos Aires (Argentina). EFE