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Pan de Lima terá início daqui 2 dias após superar dúvidas sobre organização

22/07/2019 16h03

Álvaro Mellizo.

Lima, 22 jul (EFE).- A cidade de Lima receberá a partir de 24 de julho, dois dias antes da Cerimônia de Abertura, a 18ª edição dos Jogos Pan-Americanos, que serão realizados pela primeira vez na capital peruana, depois de diversas interrogações sobre a organização.

O evento, que teve pontapé inicial com a definição da sede em janeiro de 2013, vai até 11 de agosto, data da Cerimônia de Encerramento. Ao todo, 39 modalidades esportivas serão disputadas em pouco mais de duas semanas.

A candidatura prometia novos estádios, infraestruturas exageradas, obras públicas ambiciosas e entre outras construções de grande porte, em um projeto inicial que quase retirou de Lima a realização dos Jogos.

A inoperância do Comitê Local fez com que, em setembro de 2016 - faltando pouco mais de dois anos para o início do evento -, nenhuma obra tivesse sido iniciada, nem sequer qualquer licitação fosse lançada para o início dos trabalhos.

Com o alerta vermelho e sob ameaças da Panam Sports, o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, reformulou o grupo da organização e nomeou o empresário e surfista Carlos Neuhaus, como novo líder do projeto.

Dois anos e poucos meses depois, Lima passou a contar com as infraestruturas necessárias e instalações adequadas para as necessidades esportivas, sem que exista o risco de deixar "elefantes brancos" ao término da competição.

A obra mais ambiciosa, a Villa Panamericana que receberá os quase 7 mil atletas que participarão do evento, foi construída em um tempo recorde depois da reformulação da ideia original de construir 39 edifícios de dez andares.

Agora, os participantes dos Jogos ficarão alojados em um complexo de sete edifícios de 20 andares, em uma redução do plano inicial que também afetou outras construções.

Assim, ao invés de construir estádios, foram reformados e adequados outros já existentes. As zonas de competição foram concentradas e espaços aproveitados, como a Villa Deportiva Nacional (Videna), um complexo público, que abriga o estádio de atletismo, o centro aquático, um velódromo e um ginásio poliesportivo.

Com o total de US$ 1,2 bilhão (R$ 4,48 bilhões), foram disponibilizados espaços onfortáveis, acessíveis, reutilizáveis e práticos, como classificou a organização.

"Quem dera tivesse tido seis anos. Tive dois anos e meio. Comecei em 2016 e, desde este momento, não deixamos de trabalhar durante os sete dias por semana. Isso é produto de todo este esforço e de uma equipe que se comprometeu e trabalhou da forma mais intensa para cumprir com um compromisso de Estado", afirmou Neuhaus à Agência Efe.

Por isso, há semanas a organização não luta mais para entregar as obras, mas sim popularizar a competição e receber bem os atletas, conforme revelou o líder do Comitê Local.

De negativo, estão as infraestruturas viárias e as obras no transporte público, que estavam planejadas para resolver os enormes problemas de trânsito que os Jogos causarão em Lima.

Estas intervenções, que dependiam das autoridades do governo do país e da cidade, que incluíam a finalização da linha 2 do metrô, não ficarão prontas, assim como a reforma e adequação de vias próximas aos centros de competição.

Diante da ameaça de que o trânsito atrapalhe o desenvolvimento dos Jogos, o Governo e os organizadores buscaram medidas paliativas, como fixar faixas exclusivas para o tráfego de atletas e autoridades, como no Rio de Janeiro, ou decretar feriado e férias escolares para reduzir os engarrafamentos. EFE

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