Delegação brasileira em Lima terá 487 atletas e busca por recorde para Tóquio
Carlos A. Moreno.
Rio de Janeiro, 19 jul (EFE).- O Brasil inscreveu 487 atletas em 49 modalidades dos Jogos Pan-americanos, com o objetivo de quebrar o recorde de classificados para os Jogos Olímpicos do ano que vem, em Tóquio.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) preferiu não estabelecer uma meta de medalhas em Lima 2019, como fez nas últimas edições do Pan, porque, segundo a entidade, o principal objetivo é obter vagas nos Jogos de 2020.
"O principal objetivo do COB é classificar o maior número de atletas e modalidades para Tóquio 2020. No total, 22 modalidades garantirão vagas diretas para os Jogos Olímpicos ou oferecerão pontos para o ranking mundial, que é classificatório para Tóquio", disse à Agência Efe um porta-voz do comitê.
A mudança de prioridades acompanha uma mudança do Pan em si. A de Lima será a edição que mais distribuirá vaga nos Jogos Olímpicos, uma estratégia adotada pelos organizadores para elevar a qualidade dos competidores e fazer com que os países mandem suas equipes titulares.
"Os Jogos Pan-americanos cresceram em relação às classificações oferecidas para os Jogos Olímpicos e por isso adotamos isso como nova meta", disse o diretor de esportes do COB, Jorge Bichara.
Outro motivo para a mudança de estratégia foi a decepção provocada pelo descumprimento da meta que o próprio COB definiu para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Na ocasião, a ideia era ficar entre os dez primeiros colocados do quadro de medalhas, mas a delegação anfitriã ficou em 13º lugar.
Embora o número de atletas seja menor que o levado às últimas edições do Pan, acredita-se que a qualidade é superior porque o objetivo principal agora não é dar experiência a jovens, e sim garantir vagas em Tóquio.
O Brasil contou com 590 competidores nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015. O recorde é de 2011, em Guadalajara, com 660 representantes, 135 a mais que na edição anterior, no Rio.
Para que o objetivo seja cumprido, o processo de aclimatação e preparação foi antecipado. A primeira comitiva, integrada pelas equipes femininas e masculinas de ginástica artística, chegará neste sábado a Lima. No domingo, aterrissarão na capital peruana outros 120 membros da delegação, incluindo os integrantes da seleção feminina de handebol e da de rúgbi 7.
Entre os inscritos, figuram 236 mulheres e 251 homens, mas a delegação brasileira chega a quase 800 pessoas incluindo os integrantes das comissões técnicas e das equipes de apoio.
As modalidades priorizadas pelo COB são handebol, hipismo, nado sincronizado, pentatlo moderno, polo aquático, saltos ornamentais, surfe, tênis, tiro com arco e tiro esportivo. Em Lima, também estarão em jogo vagas olímpicas em atletismo, basquete, caratê, natação, levantamento de peso e vela.
Os últimos a garantir a classificação para o Pan foram os integrantes da seleção de rúgbi 7 masculino, graças à medalha de prata obtida no domingo passado no Sul-Americano.
Na capital peruana, os dirigentes do COB esperam ver o país lutando contra Canadá e Cuba pelo segundo o terceiro lugar no quadro de medalhas. "Mas não queremos criar uma pressão ou uma expectativa sobre os atletas. Naturalmente, pela força do Brasil e pela queda de rendimento de alguns países, podemos voltar a ficar entre os três primeiros", disse o chefe da missão brasileira em Lima e vice-presidente do COB, Marco La Porta.
O Brasil, que participou de todas as edições do Pan, vem de três terceiros lugares no quadro de medalhas, no Rio 2007, em Guadalajara 2011 e Toronto 2015. A posição também foi conquistada em Chicago 1959 e só superada uma vez, em São Paulo 1963, quando a delegação anfitriã foi a segunda colocada.
Na classificação geral, o país ocupa a quarta posição, com 328 medalhas de ouro, 359 de prata e 520 de bronze. EFE
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