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Opções de Felipão em eliminação mostram crise de confiança em centroavantes

do UOL

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

18/07/2019 14h30

As opções de Luiz Felipe Scolari na eliminação do Palmeiras diante do Internacional ontem, nos pênaltis, nas quartas de final da Copa do Brasil, evidenciaram que o treinador vive uma crise de confiança em suas alternativas para a posição de centroavante. Se Deyverson é o titular absoluto e constantemente defendido pelo técnico, Borja e Arthur Cabral estão longe de terem prestígio no momento.

A dependência de Deyverson para o modelo de jogo do Palmeiras funcionar bem não é novidade: o centroavante é essencial para ganhar a primeira bola nas disputas aéreas, sustentar jogadas no pivô e ajudar na pressão ao adversário na hora de defender. Por isso, o camisa 16 é um dos que menos entra no rodízio de titulares promovido pelo treinador e quase nunca é substituído. Quando ele joga mal, como nos dois jogos contra o Inter, o time sofre.

Quando a placa com o número de Deyverson subiu na metade do segundo tempo contra o Inter, portanto, foi surpreendente não só ver que o atleta sairia, mas também que quem entraria em seu lugar seria Carlos Eduardo, um ponta com características totalmente diferentes. Willian terminou o jogo como centroavante, algo que também foge bastante do estilo de Felipão. Enquanto isso, Borja assistiu à eliminação do banco, enquanto Arthur nem sequer foi relacionado.

Felipão já deixou claro que para Borja atuar, o time precisa mudar seu estilo, já que ele não consegue fazer as mesmas funções que Deyverson. A melhor fase do colombiano foi no ano passado sob o comando de Roger Machado, quando o Palmeiras tentava fazer um jogo menos direto e não dependia tanto do jogo aéreo do centroavante. Sem espaço no clube, Borja já recusou quatro propostas para sair nesta temporada. Ele tinha o sonho de jogar a Copa América pela Colômbia, algo que não se concretizou.

Deyverson - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
Deyverson foi mal nos dois jogos contra o Inter e foi substituído por Carlos Eduardo no Beira-Rio
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

Já Arthur Cabral recebeu poucas chances de Felipão e, quando esteve em campo, não convenceu. Após começar o ano com um problema físico que o tirou dos primeiros meses da temporada, ele aos poucos passou a ser integrado na equipe. Na única partida em que começou como titular, contra o Sampaio Corrêa, na Copa do Brasil, fez um primeiro tempo apagado e foi trocado por Deyverson no intervalo. Hoje, divide com Borja o status de reserva e costuma revezar com o colombiano no banco.

Borja foi contratado em 2017 após ganhar a Libertadores pelo Atlético Nacional e assinou até 2021. O Palmeiras contou com aporte financeiro da Crefisa e pagou US$ 10 milhões (cerca de R$ 33 milhões) por 70% dos direitos do atacante; caso não o venda em um mês, será obrigado a desembolsar mais US$ 3 milhões (R$ 11,2 milhões) para comprar os outros 30%. Já Arthur veio para este ano do Ceará e custou R$ 5,5 milhões por 50% dos direitos econômicos, com contrato até 2023.

Nas últimas semanas, a diretoria tem mantido o discurso de que o Palmeiras não procura mais peças para o elenco nesta temporada, a não ser que surja uma nova "oportunidade de mercado", como foi o caso do volante Ramires.

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