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Catar, um convidado ambicioso na Copa América

17/06/2019 18h31

Rio de Janeiro, 17 Jun 2019 (AFP) - Ninguém levava em conta o Catar, uma das duas seleções convidadas para esta Copa América. Mas o surpreendente empate do campeão da Ásia no domingo com o Paraguai mostra que o time está no caminho certo em sua preparação para o Mundial de 2022, que será disputada no pequeno país localizado no Golfo Pérsico.

O técnico dos cataris, o espanhol Felix Sánchez, desembarcou no Brasil com um discurso humilde. Consciente de que um grupo com Argentina e Colômbia seria muito difícil, quase falou mais do futuro do que do presente.

O treinador insistiu várias vezes em que sua participação nesta edição - e na próxima, de 2020, para a qual o Catar também foi convidado - do torneio de seleções mais antigo do mundo tem que servir para adquirir experiência antes da Copa, uma competição na qual nunca participou.

"Qualquer um dos participantes daqui poderia ser um potencial adversário (na Copa do Mundo). Quanto mais bagagem e mais experiência tivermos melhor será", disse no sábado.

Mas no domingo, o Maracanã viu uma equipe ambiciosa em campo, que não se deixou intimidar por um peso médio como o Paraguai.

Após o nervosismo inicial, que culminou com um 1-0 após um pênalti para os paraguaios, os cataris mostraram um jogo vigoroso, de muitos toques, rápidas recuperações de bola, passes em profundidade e investidas pelas pontas.

Sánchez, de 43 anos, é um barcelonês formado em La Masia, o famoso centro de formação do Barcelona, e na partida de domingo houve momentos que até lembraram o estilo de jogo do Barça.

Os cataris deixaram de aproveitar três claríssimas oportunidades no primeiro tempo, e no início da segunda etapa sofreram o segundo gol. Mas não jogaram a toalha. Com uma condição física invejável, cresceram e conseguiram o empate em apenas dez minutos. Inclusive deixaram a sensação de que poderia até ter virado a partida.

Apesar dos dois gols sofridos, "a equipe demonstrou que continuava tendo fé" e "teve a atitude de querer ir atrás do resultado, o que é muito positivo para nós".

- "Muitos pontos fortes, poucos fracos"Em julho de 2017, Sánchez, que havia chegado em 2006 à Aspire Academy, a 'fábrica' de esportistas do pequeno e rico Estado do Golfo, substituiu como técnico absoluto o uruguaio Jorge Fossati.

Em fevereiro passado, o Catar surpreendeu ao derrotar o Japão na final da Copa da Ásia, conseguindo assim seu primeiro grande título internacional.

Na quarta-feira, diante da poderosa Colômbia, e no domingo, contra a Argentina, precisando desesperadamente de pontos após sua derrota para os colombianos, o Catar terá uma nova oportunidade de mostrar seu futebol ao mundo.

"Acabamos de terminar esta partida, vamos começar a preparar a próxima. Evidentemente temos um dia a menos que o adversário, o nível mostrado pela Colômbia ontem (sábado) foi muito alto, uma equipe que tem muitos pontos fortes e poucos fracos. Vamos tentar competir no máximo que pudermos".

"Conseguir um bom resultado contra a Colômbia seria outro passo a mais, sabendo que é difícil demais. E chegar em uma boa situação contra a Argentina seria um cenário ideal para nós e tentaríamos competir contra uma das melhores seleções do mundo que tem o melhor jogador do mundo (Lionel Messi) sabendo da dificuldade que isso supõe", acrescentou.

O técnico espanhol não deu nenhum detalhe sobre como vai jogar contra a Colômbia. Só disse que será uma partida "muito diferente" da que foi contra o Paraguai e que tentará evitar o nervosismo que seus jogadores sentiram ao entrar em campo no primeiro e no segundo tempo contra os paraguaios.

"Sofremos gols que provavelmente deveríamos ter evitado", reconheceu.

jm/mcd/aam

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