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Entenda por que o Corinthians não tem nada a ver com esquema de fraude

Vagner Love lamenta chance perdida durante partida do Corinthians contra o Ferroviário na Copa do Brasil - ROBSON VILELA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Vagner Love lamenta chance perdida durante partida do Corinthians contra o Ferroviário na Copa do Brasil Imagem: ROBSON VILELA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, em São Paulo

26/05/2019 17h55

A Polícia Civil do Distrito Federal explicou na manhã de hoje como um esquema de fraude de borderôs de jogos foi colocado em prática em até 20 partidas. Em uma coletiva de imprensa, o delegado Leonardo de Castro citou o duelo Ferroviário x Corinthians como alvo de investigação por ter indícios de irregularidade. Nenhum dos dois clubes, entretanto, tem ligação com a prática. Ao contrário, eles podem ser vítimas do esquema.

Todos os jogos investigados foram organizados pela empresa Roni7 Eventos, do ex-atacante Roni - ele foi preso ontem no Estádio Mané Garrincha, pouco antes do jogo Botafogo x Palmeiras, assim como o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Daniel Vasconcelos.

Trechos da coletiva concedida pelo delegado Leonardo de Castro foram publicados em uma matéria do UOL Esporte no começo da tarde. No texto, há a explicação de que os clubes são vítimas e não parte do esquema.

De acordo com a Polícia Civil, os jogos suspeitos são investigados desde 2015 e o público da partida Ferroviário x Corinthians chamou a atenção. O mando de jogo foi vendido pelo time cearense à empresa de Roni. O duelo aconteceu em Londrina, no Paraná. Dessa forma, os clubes não tiveram relação alguma com a suposta fraude.

Com também mostrou o UOL Esporte, o esquema funcionava da seguinte forma: a empresa do ex-jogador divulgava público menor do que o efetivamente presente nas arquibancadas e, assim, pagava menos impostos e taxas, calculados a partir da renda bruta informada. Ao explicar o esquema, o delegado usou o exemplo da partida. A empresa de Roni ainda reportava a venda de meia-entradas, apresentando uma arrecadação menor do que a real com a bilheteria, seria uma forma de ter mais lucro.

"Isso ficou claro no jogo do dia 7 de fevereiro na Copa do Brasil entre Corinthians e Ferroviário quando o próprio narrador do jogo ao receber a informação do público presente, comentou que no estádio havia mais torcedores do que os divulgados", disse o delegado.

O borderô de Ferroviário 2 x 2 Corinthians, pela primeira fase da competição, disponível no site da CBF, mostra que o público pagante foi de 19.316 pessoas no Estádio do Café, em Londrina (PR), que tem capacidade para mais de 30 mil torcedores.

O time cearense abriu mão de jogar diante de sua torcida em troca de compensação financeira da empresa do ex-jogador. De acordo com o regulamento da Copa do Brasil, parte da renda líquida é dividida entre as equipes. "Os casos em que ocorrerá apenas uma partida, nas duas primeiras fases, na forma do presente regulamento, a renda líquida será dividida entre os clubes na relação de 60% para o clube classificado e 40% para o eliminado."

Roni, Vasconcelos e outras cinco pessoas foram presas durante a partida entre Botafogo e Palmeiras ontem - o time carioca, assim como o Ferroviário, também vendeu o mando de campo. Os suspeitos podem ser indiciados por crimes como sonegação fiscal, associação criminosa e falsidade ideológica.

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