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João Pedro quase desistiu da carreira há 4 anos; hoje é destaque do Flu

João Pedro comemora após marcar pela segunda vez contra o Atlético Nacional pela Copa Sul-Americana - Carl de Souza/AFP
João Pedro comemora após marcar pela segunda vez contra o Atlético Nacional pela Copa Sul-Americana Imagem: Carl de Souza/AFP
do UOL

Alexandre Araújo e Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

25/05/2019 04h00

Com apenas 17 anos, João Pedro se tornou destaque do Fluminense. Vendido ao Watford, da Inglaterra, no fim do ano passado, ele estreou no profissional do Tricolor nesta temporada e, em 10 jogos disputados até aqui, são sete gols marcados. Mas se hoje ele tem os holofotes, há quatro anos o cenário era diferente e, por pouco, as luzes não se apagaram. O 'adeus' só não aconteceu porque Flávia, mãe de João Pedro, procurou Marcelo Teixeira, então diretor da base do clube, que estendeu a mão. Dali em diante, o choro se transformou em risos e conquistas.

A franca conversa, quase que em tom de desabafo, aconteceu no começo de 2015, pouco após o retorno do elenco que disputara a Copa São Paulo de Futebol Júnior daquele ano. Teixeira, que deixou o Fluminense nesta semana, havia assumido o cargo em janeiro e recebeu os familiares de João Pedro.

O que impulsionou a conversa foi uma dura realidade: a necessidade. A família, de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, passava por dificuldades financeiras no Rio de Janeiro. À época, a fonte de renda vinha do aluguel de um imóvel na cidade paulista, mas Flávia não estava recebendo e os familiares viviam com os R$ 300 da bolsa de João Pedro. Além disso, um agravante, o contrato do jovem estava próximo do fim.

O jovem chegou a pensar em desistir da carreira. Porém, Flávia foi a Xerém e, no encontro, não escondeu o temor que o fim do vínculo representava e foi tranquilizada pelo então dirigente, que garantiu que o problema seria sanado.

O contrato de João Pedro, que tinha 14 anos, foi renovado, com valores um pouco mais altos. O Fluminense abraçou a família e, a partir dali, teve em mãos conquistas e uma joia a ser lapidada. Joia essa que foi negociada em dezembro do ano passado ao Watford, mesmo clube para o qual Ricarlison, há dois anos, também se transferiu.

O primeiro jogo como profissional aconteceu contra o Volta Redonda, em janeiro, ainda no Campeonato Carioca. O primeiro gol, quis o destino, foi contra o rival Flamengo. E, nos últimos três jogos, seis gols.

Tatuagem para mãe e avó

Após a atuação de gala contra o Atlético Nacional, da Colômbia, na última quinta-feira, pela segunda fase da Copa do Brasil, João Pedro dedicou os três gols à mãe e à avó, lembrando que elas sempre estiveram ao lado dele e o incentivando, mesmo nos momentos de dificuldade.

Não à toa, o jovem jogador fez tatuagens com os nomes delas (Dalva e Flávia) - uma em cada pulso - e beija nas celebrações a cada vez que balança as redes.

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