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Novato da Williams revela rivalidade com Stroll e usa Kubica como professor

George Russell está estreando na Fórmula 1 nesta temporada - Williams/Divulgação
George Russell está estreando na Fórmula 1 nesta temporada Imagem: Williams/Divulgação
do UOL

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Baku (Azerbaijão)

26/04/2019 04h00

O começo da carreira do inglês George Russell na Fórmula 1 não tem sido dos mais fáceis, devido à falta de competitividade da Williams, pelo menos um segundo mais lenta que os rivais mais próximos nas primeiras etapas do ano. Mas ao menos o atual campeão da Fórmula 2 e piloto apoiado pela Mercedes está aproveitando para aprender com o companheiro Robert Kubica, conhecido por seu entendimento da parte técnica dos carros, como revelou ao UOL Esporte.

?A maior diferença da Fórmula 2 é que você tem 200 pessoas ouvindo todas as palavras que você diz e tomando decisões baseadas em cada palavra que você diz, há mais pressão para se certificar de que você está certo?, explicou o piloto de 21 anos.

?Fiquei muito impressionado na primeira vez que ouvi Robert numa reunião com os engenheiros. Ele tem tanto conhecimento de engenharia que me fez perceber que talvez eu precise aprender um pouco mais! Acho que é uma grande vantagem para ele porque ele consegue descrever o que sentimos no carro com uma linguagem de engenheiro, para ajudá-los a tomar uma decisão. Às vezes esquecemos que os engenheiros não são pilotos. Então se você fala ?o carro está fazendo isso então vamos mudar as molas de tal maneira? vai ajudá-los a entender qual a sensação que estamos tendo ao volante. E o Robert é muito bom nisso.?

Com o rendimento ruim da Williams, contudo, Russell vai ter que esperar para reviver a grande rivalidade que teve na carreira, contra o hoje piloto da Racing Point, Lance Stroll. Os dois correram juntos pela primeira vez ainda nos tempos de kart, e mais tarde foram companheiros de equipe na Fórmula 3, numa relação tensa, como lembrou Russell.

?O piloto contra quem eu mais corri que está na F1 hoje é Lance. A primeira vez foi em 2010, quando era para ele estar na minha equipe, mas acabou fazendo só duas corridas. Mas corremos um contra o outro em 2011, 12 e 13. E depois nos reencontramos em 2014 e 2015. Houve vários momentos de tensão entre nós dois, vários desentendimentos.?

O inglês nunca concordou com as ordens de equipe que beneficiavam Stroll na Prema, financiada em grande parte pelo pai do piloto, Lawrence Stroll. Na época, Russell declarou que era ?uma pena que não dê para ir a lugar nenhum no esporte sem dinheiro.?

Sempre correndo por times que tinham grande aporte financeiro do pai, Stroll foi campeão da F4 italiana em 2014 e da F3 europeia em 2016, subindo no ano seguinte para a Fórmula 1.

Já a carreira de Russell, que vem de uma família de classe média e tinha o pai como mecânico na época do kart, só decolou mesmo em 2017, quando ele passou a fazer parte do programa de jovens pilotos da Mercedes. Dali em diante ele foi campeão da GP3 em seu primeiro ano na categoria e repetiu a dose ano passado, na Fórmula 2.

Estreando neste ano na F-1, ele é teoricamente o segundo na linha de sucessão do time principal da Mercedes, que tem o atual reserva Esteban Ocon como substituto natural de Valtteri Bottas quando o finlandês, que tem contrato até o final deste ano, mas conta com o apoio de Toto Wolff para renovar, deixar o time.

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