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Casagrande lamenta morte de Valdiram e cobra governo por política de drogas

Casagrande lembrou da morte do ex-vascaíno Valdiram e cobrou o governo paulista - Reprodução Instagram
Casagrande lembrou da morte do ex-vascaíno Valdiram e cobrou o governo paulista Imagem: Reprodução Instagram
do UOL

Do UOL, em São Paulo

21/04/2019 12h11

A morte do ex-atacante do Vasco Valdiram, 36 anos, dependente químico e que teve o corpo encontrado ontem (20/04), numa cracolândia de São Paulo, levou Casagrande a cobrar as autoridades paulistas para a adoção de políticas de tratamento. O comentarista da Rede Globo, que já foi usuário de cocaína, lamentou a situação e escreveu no Instagram que não se pode fechar os olhos para o problema.

"Esse é o ex-jogador do Vasco Valdiram que foi encontrado morto, espancado nas ruas de São Paulo, ele era dependente químico e estava vivendo na Cracolândia. Até quando o governo de São Paulo vai fingir que isso não existe?"

Valdiram foi artilheiro da Copa do Brasil em 2006 pelo Vasco, mas perdeu-se no vício em álcool, drogas e sexo. Ele estava vivendo em uma cracolândia de São Paulo depois de uma recaída após fazer um tratamento com a ajuda do Vasco. Casagrande citou sua própria luta para manter-se afastado das drogas e sugeriu que o governo paulista não se importa com os dependentes químicos.

"Se eles ficam olhando esse cenário de camarote, é porque não tem o mínimo conhecimento dessa terrível doença, e eu tenho propriedade para falar porque também sou dependente químico e vivo em recuperação, alcancei minha sobriedade com muita luta e sofrimento, sofro muito com isso!", desabafou Casagrande.

O Vasco publicou em seu site nota oficial lamentando a morte do ex-atleta. "O Club de Regatas Vasco da Gama comunica, com pesar, o falecimento do ex-atacante do clube Valdiram. Ele tinha 36 anos. Seu corpo foi identificado neste sábado (20/04), em São Paulo".

Em matéria do jornal "Lance" publicada em 2015, o ex-vascaíno fez um desabafo sobre a realidade que vivia. "O Valdiram, para o mundo, estava acabado e morto. Você sai com as mulheres e daqui a pouco vem a cerveja, a cocaína, a maconha, o crack. Assim foi a minha vida. Eu vi a morte, eu vi o espírito da morte na minha frente. (...) Eu passei pelo vale das sombras da morte".

Na reportagem, ele contou como gastou seu dinheiro e como conheceu as drogas. "Ganhei muito dinheiro. Todas as equipes que eu passei, foram 25 equipes, com salário de 20 mil, 30 mil. Esse dinheiro na prostituição, na bebida, na noite do samba, no mundo das drogas... Esse dinheiro não dura, se acaba rapidamente. Eu passei a usar cocaína aos 27 anos. Depois, não parei mais, mas só usava quando bebia. Quando eu bebia, o meu nariz ficava coçando e escorrendo", relatou.

"O pior momento da minha vida foi em 2010. Foi quando eu realmente caí na cocaína, no crack, e passei um ano no mundo da escuridão. Cheguei a usar cocaína na cracolândia, foi o pior momento. Difícil lembrar de tudo que passei como jogador do Vasco da Gama, e ver o momento em que eu me encontrava: usando drogas na favela do Jacarezinho", completou.
Valdiram estava certo em dizer que a cracolândia era o pior lugar a se estar. Foi num local assim que sua vida acabou.

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