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Sem Neymar, seleção sofre para ter atenção e fica longe de "parar" Porto

Tite atende aos poucos fãs que estiveram no hotel da seleção em Porto - Danilo Lavieri/UOL Esporte
Tite atende aos poucos fãs que estiveram no hotel da seleção em Porto Imagem: Danilo Lavieri/UOL Esporte
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Danilo Lavieri

Do UOL, em Porto (Portugal)

22/03/2019 04h00

A ausência de Neymar entre os convocados ainda tem seus efeitos desconhecidos dentro de campo. Fora dele, no entanto, o fato de o melhor atleta do país não estar na lista da seleção brasileira para os amistosos contra Panamá e República Tcheca causa reflexos nítidos na movimentação entre fãs e torcedores durante os trajetos da delegação em Portugal.

A aglomeração no hotel da seleção brasileira tem crescido com o passar dos dias. As notícias nos jornais em Porto e o boca-a-boca entre amigos fizeram a quantidade de fãs aumentar no local, mas o número de pessoas ainda está bem longe do que é o usual quando atleta do PSG está presente. Exemplo disso é que a venda de ingresso teve um aumento nos últimos dias, mas o total ainda está longe de sua lotação. Cerca de 30 mil ingressos dos 50 mil disponíveis foram vendidos.

No dia da apresentação da delegação, por exemplo, não foi necessário nem sequer o acompanhamento de um time de seguranças. Cada jogador que chegava ao local conseguia entrar tranquilamente no hotel e até atendiam alguns dos torcedores que esperavam por ali. Eram cinco ou seis fãs que esperavam pela chance de uma foto ou autógrafo. O grupo era tão pequeno que eles puderam compartilhar o mesmo espaço com os mais de 20 jornalistas que também estavam ali em busca de uma imagem ou uma entrevista, fato que raramente acontece.

No primeiro treino no Porto, menos de 10 torcedores ficaram na porta do Estádio do Boavista e até conseguiram entrar nas arquibancadas, outro fato que não é tão comum nos trabalhos da seleção brasileira. O interesse foi crescendo e, na última quarta-feira, o grupo que foi à porta do hotel da seleção passou a ter entre 20 e 30 pessoas. Aí sim com seguranças, os fãs conseguiram arrancar um cumprimento, uma foto ou um autógrafo.

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É normal que as concentrações da seleção brasileira tenham um acesso bastante controlado e uma aglomeração de pessoas que até atrapalham o fluxo dos hóspedes dos hotéis em que a delegação se hospeda. Isso está longe de acontecer em Portugal.

A imprensa portuguesa, por sua vez, tem dado atenção bastante à seleção, mas sempre com foco especial para os atletas que ainda jogam em times locais. Invariavelmente, as perguntas em suas coletivas têm como assunto a transação de mais de R$ 200 milhões de Éder Militão para o Real Madrid e a estreia de Alex Telles com a amarelinha. Os dois atuam no Porto. Já Richarlison foi questionado sobre a sua relação com o Marco Silva, técnico português do Everton.

Na última quinta-feira, quando foram comunicados que os entrevistados seriam Fagner e Lucas Paquetá, alguns profissionais de mídia deixaram o CT do Porto antes da coletiva. Nem mesmo o viés de alta vivido pelo camisa 10 da seleção brasileira e destaque do Milan foi o suficiente para segurá-los na sala de imprensa. O único que fez pergunta ao corintiano quis saber sobre as qualidades de Militão.

Com a ausência de Neymar confirmada desde a sua lesão no início do ano, a esperança da seleção brasileira em ter um pouco mais de protagonismo era a presença de Vinicius Junior. Em alta no Real Madrid, o atacante também se machucou e foi substituído por David Neres, que até tem chamado a atenção por alguns episódios na concentração, mas bem distante do que seria com a revelação flamenguista.

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