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Diego Hypolito diz que nada mudou desde desabafo e planeja projeto secreto

O ginasta Diego Hypolito no Camarote Bar Brahma no Carnaval SP 2019 - Claudio Augusto/Brazil News
O ginasta Diego Hypolito no Camarote Bar Brahma no Carnaval SP 2019 Imagem: Claudio Augusto/Brazil News
do UOL

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

03/03/2019 05h28

O ginasta Diego Hypolito curtiu o Carnaval de São Paulo na madruga de hoje (3) antes de viajar na semana que vem para duas etapas da copa do mundo de ginástica artística e aproveitou para falar sobre a falta de incentivo no esporte, motivo de um emocionado desabafo feito no mês passado.

Questionado sobre os efeitos de sua manifestação, ele foi categórico. "Infelizmente não aconteceu absolutamente nada. É muito triste a gente ver clubes acabando por falta de patrocínio. A gente tem de encontrar uma maneira, independente do governo, de se sustentar", disse. Hypolito afirmou que a posição crítica adotada por ele não é vista com bons olhos. "Todas as vezes que eu falo essa coisas, o patrocínio fica totalmente chateado comigo, mas eu não posso deixar de falar. A gente tem de ser grato pela Caixa patrocinar a ginástica e a seleção brasileira. Mas e os clubes e os locais que fazem o esporte mesmo?", questionou.

O vice-campeão olímpico quer aproveitar sua plataforma como atleta de alto rendimento para assumir parte da responsabilidade neste processo de mudança. "Eu estou vindo com um projeto grande com uns amigos para que a gente consiga mudar essa cultura. Não posso nem divulgar, mas é algo que possa mudar o esporte brasileiro. Porque o atleta não pode mais depender só de dinheiro governamental, o atleta precisa depender simplesmente da força de vontade dele", contou, sem dar detalhes sobre o projeto misterioso.

O objetivo dele é a ajudar as gerações futuras e retomar no brasileiro a prática comum de sonhar: "O sonho é o que move o nosso coração. A fórmula para o sucesso é a felicidade e eu sou muito feliz. Faço o que eu quero fazer. Se a semana que vem vai dar certo ou errado, eu não sei. Mas eu vou trabalhar para que dê certo", disse ele, que admitiu não estar em sua melhor forma física.

Postura não é unanimidade na ginástica

Com competições importantes se aproximando, outros ginastas aproveitaram o Carnaval de São Paulo para relaxar. Mas nem todos adotam a postura de Diego, nem sua irmã Daniele Hypolito, ainda que aborde a questão de maneira crítica.

"Essas coisas eu nem gosto de me manifestar muito. Não posso deixar de ressaltar a Caixa, a Confederação e a Estácio que é um dos meus patrocinadores. Mas ainda é muito aquém do que é o necessário para o esporte, porque o esporte também é um meio de educar. E a gente precisa colocar isso na consciência", falou ela enquanto curtia o Camarote Bar Brahma no segundo dia de desfiles, em São Paulo.

O ginasta Arthur Zanetti no Camarote Bar Brahma no Carnaval SP 2019 - Claudio Augusto/Brazil News - Claudio Augusto/Brazil News
Arthur Zanetti no Carnaval de São Paulo
Imagem: Claudio Augusto/Brazil News

Neste ano pré-Olimpíada, Daniele tem colocado na balança suas decisões para o futuro, incluindo planos para uma eventual aposentadoria, algo com que já havia flertado em 2016. "O atleta, quando falta pouco tempo para a Olimpíada, começa a pensar na transição de carreira independente do treino. Estou começando a tomar decisões, já visando alguma coisa em marketing", falou ela, que está voltando aos treinos após tratar de uma lesão.

Os irmãos Hypolito estiveram na folia em companhia de Arthur Zanetti e amigos. Para Zanetti, a falta de incentivo está relacionada à crise econômica. "O patrocinador não vai patrocinar alguém que não vai dar um retorno para ele. Com o país melhorando, com certeza, os patrocinadores voltam. Não depende do esporte, depende do país".

Na noite anterior, foi a vez de Arthur Nory curtir os desfiles do grupo especial. Eles retomam os treinos já na segunda-feira. "Carnaval serve pra isso: distrair, descansar e voltar depois à ativa", disse Nory.

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