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Mauricio Barbieri: 'Goiás está montando uma equipe de Série A'

20/01/2019 08h00

Sabe quando o clube está se reformulando e busca contratar nomes interessantes? Este é o caso do Goiás, que voltou à elite do Campeonato Brasileiro em 2019. O clube Esmeraldino foi um dos que mais contratou nesta janela de transferências e ainda teve mudança no comando técnico. Assim, o treinador Mauricio Barbieri, comandante do time, conversou com o LANCE! para falar das estratégias para esta temporada e de sua nova caminhada à frente da equipe goiana.

Para não brigar somente pela permanência, o Goiás teve que ir ao mercado da bola e se reforçou. Até o momento, foram 14 contratações que o clube fez. Dentre essas, há nomes conhecidos, como do goleiro Sidão, ex-São Paulo, o zagueiro Rafael Vaz, com passagem pelo Vasco e Flamengo, o meia Marlone, que vestiu a camisa do Fluminense e Corinthians, e o atacante Brenner, que teve bom momento pelo Botafogo em 2018.

Além dos nomes já conhecidos, o time se reforçou com: o volante Geovane, o zagueiro Yago, o meia Renatinho, os laterais Kevin e Nilson Loyola, e com os atacantes Leandro Barcia, Júnior Brandão e Marcinho. Segundo o comandante, o Goiás está formando uma equipe para disputar a competição para não apenas participar, e sim para brigar.

- A gente tem procurado montar uma equipe com perfil de Série A. Não que os jogadores, que disputaram a Série B, não possam nos ajudar, mas muito pelo contrário, eles têm talento. Mas precisamos buscar atletas que tenham rodagem na elite, que estão acostumados com esse tipo de campeonato - disse o treinador ao LANCE!.

A diretoria não parece estar satisfeita. Mesmo com um bom número de atletas já contratados, o Goiás continua no mercado. Mauricio Barbieri confirmou que o elenco não está fechado e que ainda há negociação com mais jogadores, que não foram revelados pelo treinador.

- O clube tem negociado com outros jogadores, o elenco não está fechado. Os clubes normalmente não tem um time totalmente fechado, sempre está aberto. A gente entende que tem boas condições para iniciar o ano. Faltando apenas posições cruciais, mas estamos trabalhando para esse sentido - afirmou.

Mesmo que o clube esteja atento ao mercado, o comandante ressaltou que está de olho na garotada promissora do clube. Ainda segundo ele, quatro jogadores das categorias de base estão treinando com a equipe titular e que o bom desempenho pode definir o futuro do atleta.

- Estou sempre acompanhando, assistindo os jogos da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Tanto que quatro jogadores já estão treinando com o elenco principal, são jogadores de muito potencial, mas temos que entender que são muito jovens e cada um tem seu tempo de maturação. E se querem buscar espaço na equipe titular, vai depender do bom desempenho - disse.

Com um elenco tão extenso, o treinador vai ter dor de cabeça, mas de forma positiva. Com isso, o seu primeiro compromisso e do Goiás será contra o Goiânia, no domingo, às 17h, pelo Campeonato Estadual, que será realizado no Serra Dourada. Barbieri afirmou que o momento de cada jogador será fundamental para a formação da equipe ao longo da temporada.

- Eu ainda estou avaliando a característica dos jogadores. Claro, que tenho uma ideia de como eu quero que a equipe se comporte em campo, porém tem que está de acordo com as características de cada atleta e também do momento. Além disso, tivemos uma pré-temporada muito curta para trabalho. Então, temos que entrar muito bem neste início, mas não que seja o ideal. Sobre poupar jogador ou não, tudo depende de vários fatores durante a temporada.

Como o clube conseguiu o acesso à elite do Campeonato Brasileiro, após três anos consecutivos na Segunda Divisão, a pergunta que fica é: o time vai brigar para se manter na disputa? Neste ponto, Mauricio Barbieri parece bem otimista e ressaltou que o Goiás precisa manter sequência positiva dentro de campo para assim sonhar com algo mais. Ou seja, conseguir uma vaga para Copa Libertadores ou Sul-Americana.

- Toda equipe que consegue o acesso, sempre tem uma preocupação que é a permanência, mas essa tem que vir como consequência de objetivos maiores. Assim, temos grandes conquistas para alcançar e buscar vaga para competições internacionais, como Libertadores e Sul-Americana. Mas a permanência tem que ser consequência da boa campanha.

Para conseguir um bom desempenho com o Goiás, Barbieri ressaltou que as experiências que teve por onde passou é fundamental para evitar os erros. Seu início de carreira foi no Audax Rio, onde ficou de 2011 até 2013, conseguindo um aproveitamento de 56%, em 88 partidas disputadas. Depois disso, foi para o Red Bull Brasil, onde também teve passagem duradoura, de 2013 até 2016.

Em sequência, ele aceitou convite de Desportivo Brasil e Guarani, contudo teve poucos triunfos vestindo a camisa das equipes. Após passar por clubes de pequeno porte, o treinador recebeu o convite do Flamengo, onde faria parte da comissão técnica permanente. E não demorou muito para comandar de forma interina o Rubro-Negro. Com a camisa preta e vermelha, Maurcio Barbieri fez 39 jogos, com 19 vitórias, 12 empates e oito derrotas, fechando um aproveitamento de 57,9%.

- Das experiências anteriores, eu não queria hierarquizar. Todas são importantes, todas agregam e tiram lição de todas as situações por mais que elas sejam positivas ou não. Hoje, o Goiás é um grande desafio, pois é o que está presente. Vou procurar pegar minhas experiências e adotar no clube - disse.

O treinador afirmou que teve pouco tempo para conhecer a cidade de Goiânia por conta do trabalho. Porém, agora, com o retorno do futebol, ele terá mais tempo para conhecer a cultura do lugar.

- Eu ainda estou conhecendo Goiânia, mas tive poucas oportunidades de conhecer a cidade. No primeiro momento, a gente ficou muito restrito ao Centro de Treinamento. Agora, aos poucos vou conhecer a cultura, as pessoas. Mas tenho me impressionado muito.

Para finalizar, Barbieri analisou como foi o curso proporcionado pela CBF no período de recesso do futebol brasileiro. O treinador elogiou a forma do curso e salientou que foi uma ótima experiência para troca de ideias com outros profissionais.

- Eu vejo pontos positivos no curso da CBF. A possibilidade de trocar ideias com grandes treinadores do futebol brasileiro, e isto aproxima a gente, porque ficamos distantes pela questão dos jogos e acaba acirrando uma rivalidade. Esses encontros trazem à tona de novo, na questão de que somos profissionais. Enfim, temos todo o objetivo na melhora do futebol brasileiro, tornando-o cada vez mais competitivo - concluiu.

*Sob supervisão do editor Hugo Mirandela

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