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Por que o Flamengo desistiu de contratar Bruno Henrique e Dedé

do UOL

Bernardo Gentile, Bruno Braz, Thiago Fernandes e Samir Carvalho

Do UOL, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e São Paulo

16/01/2019 04h00

No dia em que o Flamengo apresentou o reforço mais caro de sua história, o meia De Arrascaeta, o vice de futebol, Marcos Braz, desviou em grande parte os holofotes no uruguaio ao anunciar que o clube havia desistido oficialmente do zagueiro Dedé, do Cruzeiro, e do atacante Bruno Henrique, do Santos. Para tomar tal decisão, o Rubro-Negro levou em consideração algumas questões que vão além dos termos financeiros.

No caso de Dedé, fora o fato de o clube mineiro se mostrar um tanto quanto irredutível em não querer vendê-lo, houve também uma espécie de "acordo de cavalheiros" entre as diretorias a partir da transação de Arrascaeta, ex-jogador da equipe celeste. Antes desta trégua, o Cruzeiro chegou a acusar o Flamengo de aliciamento e o vice de futebol, Itair Machado, por vezes alfinetou a postura dos cariocas.

Da parte dos investidores de Dedé - que o compraram do Vasco e o colocaram na Raposa - a vontade era a de que ele se transferisse para o Ninho do Urubu. Porém, tanto eles quanto os empresários do defensor foram convencidos de que poderão lucrar ainda mais com uma possível venda no decorrer da temporada de 2019.

Com sua permanência no Cruzeiro definida, Dedé gravou um vídeo no último sábado (12) onde garantiu estar com "foco total" no clube mineiro.

"Fala, nação. Passando aqui para agradecer as inúmeras mensagens maneiras que vocês me mandaram. Importante isso para mim. Meu foco está total no Cruzeiro, se Deus quiser vai ser mais um ano maravilhoso e vitorioso para a gente. Tamo junto!", falou o defensor.

No caso de Bruno Henrique, além de se incomodar com a demora na resposta da proposta que foi feita, o Flamengo também esperava que o jogador tivesse uma postura parecida com a de Arrascaeta, que deixou claro, a todo o momento, que gostaria de se transferir para o Rubro-Negro, algo que não aconteceu. No entanto, apesar de o Santos recusar a oferta posteriormente, o atacante não é considerado inegociável pelo Peixe. Pelo contrário, o clube paulista vê o jogador como uma possibilidade de gerar caixa.

Bruno Henrique comemora gol do Santos contra o Fluminense pelo Brasileirão - RAFAEL RIBEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO - RAFAEL RIBEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: RAFAEL RIBEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO

A diretoria santista, todavia, pretendia receber pouco mais de R$ 20 milhões pelo jogador além do pagamento da última parcela a ser paga ao Wolfsburg, da Alemanha, de 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 6,3 milhões) pela compra do atacante.

Além disso, o Santos gostaria de receber pelo menos um jogador da posição na transferência de Bruno Henrique. Por conta disso, o técnico Jorge Sampaoli enviou uma lista ao Flamengo com nomes de atletas que o clube carioca não aceitou liberar. O UOL Esporte apurou que a própria diretoria tratou a lista como surreal e, por isso, não via chances alguma de o negócio ser concretizado.

O problema maior agora é que Bruno Henrique está insatisfeito dentro do clube, principalmente, com o presidente José Carlos Peres. O atacante já confessou a pessoas próximas que o dirigente foi infeliz em muitas declarações ao seu respeito. Entre elas, o mandatário citou que o jogador pretendia deixar o clube e que faria "leilão" pelo camisa 11 no mercado.

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