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Suspeito de ataque a Salman Rushdie se declara inocente de tentativa de assassinato e agressão

18/08/2022 15h22

Por Tyler Clifford

MAYVILLE, Nova York (Reuters) - Um homem acusado de esfaquear o romancista Salman Rushdie na semana passada no Estado de Nova York se declarou inocente das acusações de tentativa de homicídio e agressão em segundo grau em audiência nesta quinta-feira, e teve a prisão confirmada sem direito a fiança.

Hadi Matar, de 24 anos, é acusado de ferir Rushdie, de 75 anos, na sexta-feira, pouco antes de o autor de "Os Versos Satânicos" fazer uma palestra no palco de um centro educacional no oeste de NY. Rushdie foi hospitalizado com ferimentos graves, em um incidente que escritores e políticos de todo o mundo classificaram como um ataque à liberdade de expressão.

Matar compareceu perante o Tribunal do Condado de Chautauqua após ser formalmente acusado no início do dia de tentativa de homicídio em segundo grau, que acarreta uma sentença máxima de 25 anos de prisão, e uma acusação de agressão em segundo grau.

Ele está preso desde o ataque e usava um macacão cinza listrado, uma máscara facial branca contra Covid-19 e suas mãos estavam algemadas.

O ataque ocorreu 33 anos depois que o aiatolá Ruhollah Khomeini, então líder supremo do Irã, emitiu uma fatwa, ou decreto religioso, pedindo aos muçulmanos que assassinassem Rushdie, alguns meses após a publicação de "Os Versos Satânicos". Alguns muçulmanos veem passagens do livro sobre o profeta Maomé como blasfêmia.

Rushdie, que nasceu na Índia em uma família muçulmana da Caxemira, tem uma recompensa por sua cabeça e passou nove anos escondido sob proteção da polícia britânica.

Em 1998, o governo iraniano pró-reforma do presidente Mohammad Khatami se distanciou da fatwa, dizendo que a ameaça contra Rushdie havia expirado.

Mas a recompensa multimilionária cresceu desde então e a fatwa nunca foi oficialmente levantada. O sucessor de Khomeini, o líder supremo aiatolá Ali Khamenei, foi suspenso do Twitter em 2019 por dizer que a fatwa contra Rushdie era “irrevogável”.

Em entrevista publicada pelo New York Post na quarta-feira, Matar disse que respeitava Khomeini, mas não disse se foi inspirado pela fatwa. Ele disse que "leu algumas páginas de "Os Versos Satânicos" e assistiu a vídeos do autor no YouTube.

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