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'Não sou mais refém do wifi': brasileiros contam mudanças após um mês de 5G

Viviam Landim, moradora de Brasília e usuária do 5G - Arquivo Pessoal
Viviam Landim, moradora de Brasília e usuária do 5G Imagem: Arquivo Pessoal
do UOL

Abinoan Santiago

Colaboração para Tilt, em Florianópolis

08/08/2022 08h48

Dona de uma loja virtual de semijoias, a empresária Vivian Landim, de 44 anos, diz que perdeu o medo de fazer lives com uso da internet móvel para mostrar as novidades aos clientes. A despreocupação com a conexão completou um mês neste fim de semana: em 6 de julho, Brasília, a cidade onde ela mora, passou receber sinal 5G, uma conexão 20 mais rápida que o 4G.

Além da capital federal, o Brasil atualmente conta com o sinal 5G em Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre e São Paulo. As próximas devem ser Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e Salvador.

Em Brasília, conforme a última atualização do painel de monitoramento da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o 5G atende 11 localidades e quatro trechos de rodovia (19 km). Um dos bairros abrangidos pelo sinal é o Arniqueira, onde a Vivian mora com o marido e dois filhos.

Ela conta que, após a chegada do 5G, não está mais presa à dependência do wifi para acessar uma internet de qualidade no celular.

"Minhas vendas são online, atendo pelo Instagram e capto clientes por lá. Isso melhorou muito com o 5G, principalmente na velocidade de postar fotos e fazer lives da loja", conta a empresária, que também é criadora de conteúdo digital para internet.

Para você ter uma ideia, em uma live em casa eu desliguei o wifi no celular e usei o 5G porque meu marido e meus filhos usavam a internet fixa. Não tive problema. A qualidade continuou a mesma, sem nenhuma intercorrência. Após a live, baixei o vídeo rapidamente. Não fiquei mais refém do wifi. Viviam Landim.

Viviam, por outro lado, relata que precisou trocar de celular para acessar o 5G, mudando para um modelo iPhone 13 (veja aqui os aparelhos compatíveis com a tecnologia).

"Quando soube que Brasília teria o 5G, troquei de celular de um iPhone 8 para um 13. Agora gravo vídeo, baixo rápido e envio com mais facilidade. Não consigo mais ver diferença entre a internet de casa e da rua".

'Antes procurava sinal para assistir às aulas'

O 5G também melhorou a vida de Jéssica Lourena, de 25 anos. A jovem está no segundo semestre de Pedagogia e diz que deixou de "ficar procurando" um local para ter estabilidade na conexão móvel para acompanhar as aulas remotas enquanto não está em casa. A estabilidade no sinal é uma das promessas previstas pelo 5G.

"Além da velocidade para navegar, melhoraram as ligações no WhatsApp, que não eram boas, pois viviam reconectando", descreveu.

A jovem, que também trabalha com criação de conteúdos para a internet, fala que o 5G impactou positivamente na relação com seus seguidores.

É uma das melhores experiências que tive até hoje em relação a internet móvel. Eu mexo muito com as redes sociais na rua e às vezes a internet ficava muito instável. O 5G se tornou muito útil para o meu trabalho. Jéssica Lourena.

5G chega ao Congresso e auxilia trabalho de assessores

O trabalho de Marcella Viana, de 29 anos, também mudou. De posse de um iPhone 13, ela percorre os corredores do Senado como assessora parlamentar para abastecer de informações os políticos em tempo real.

Essa mudança, contudo, demorou alguns dias para ser sentida no aparelho. "Não senti muita diferença de velocidade no primeiro dia, mas com o passar do tempo, vi que melhorou".

Trabalho com parlamentares e conecto o celular como modem no notebook. Fiz uma videochamada e a imagem melhorou de maneira sensacional. Então no meu trabalhou ajudou com as transmissões, acesso a aplicativos e estabilidade da internet.

Sobre a estabilidade do sinal, Marcella assegura que agora o percurso de casa até o Congresso Nacional disponibiliza uma conexão sem interferência, diferente de antes com o 4G.

"Acompanho muito noticiário pelo YouTube. Antes até dava para acompanhar no carro, mas era uma qualidade muito menor. A melhoria ficou visível", concluiu.

'Fiz backup com mais tranquilidade na rua'

Videomaker e fotógrafo, Gabriel Maia, de 30 anos, ainda não conta com o 5G onde mora, na região do Entorno, em Brasília, mas diz que na rua em outras localidades já atendidas, o novo sinal de conexão se tornou um aliado no trabalho com imagens. Ele usa um Samsung modelo S21.

Como sou videomaker autônomo a maior parte do meu trabalho é em casa e aí quase não uso 4G ou 5G. Mas na última vez que saí para fotografar, pude transferir os arquivos da câmera para o celular e já fazer backup antes mesmo de finalizar o serviço, o que me gera muito mais tranquilidade.

Gabriel Maia, fotógrafo e videomaker de Brasília - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Gabriel Maia, fotógrafo e videomaker de Brasília
Imagem: Arquivo Pessoal

Com um aplicativo de medição de velocidade no celular, ele diz que o máximo aferido com o 4G foi uma velocidade de 80 megas de download e 20 megas de upload. Já conectado ao 5G, o alcance registrado passou para 960 megas de download e 100 megas de upload.

"Com o 4G, umas 150 fotos, em tamanho de 25 megas cada, demoravam cerca de 40 a 50 minutos para transferir o arquivo. Já com o 5G, a mesma quantidade de vídeos, que tem arquivo mais pesados, demorei cerca de 15 minutos".

O 5G pelo Brasil

De acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), as próximas capitais com previsão de ter a tecnologia à disposição são: Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e Salvador.

Outras 18 capitais brasileiras ainda não possuem previsão de liberação do sinal pelas operadoras. Segundo a Anatel, as operadoras têm até 29 de setembro para ativar a conexão nessas cidades. A data limite era agosto, mas devido ao atraso de equipamentos, a Anatel decidiu postergar.

Apenas a região Norte ainda não possui o sinal já liberado ou previsto. A Anatel explicou que o cronograma das capitais está relacionado à logística de entrega de equipamentos para ativar o serviço em cada uma das cidades pela EAF (Empresa Administradora da Faixa), que é uma entidade formada pela Claro, Tim e Vivo - vencedoras do lote da faixa de 3,5 GHz, usada para levar o sinal às capitais brasileiras.

A EAF é responsável por limpar a faixa 3,5 GHz, que é uma espécie de "estrada" por onde passam os dados móveis. Esse procedimento consiste em retirar todo o sinal das antenas parabólicas, que fica em uma infovia próxima, para deixá-la livre para o sinal de telefonia.

Onde o sinal está ativado

  • Brasília
  • Belo Horizonte
  • João Pessoa
  • Porto Alegre
  • São Paulo

Próximas capitais para liberação do sinal

  • Curitiba
  • Goiânia
  • Rio de Janeiro
  • Salvador

Capitais ainda sem previsão

  • Aracaju
  • Belém
  • Boa Vista
  • Campo Grande
  • Cuiabá
  • Fortaleza
  • Florianópolis
  • Manaus
  • Macapá
  • Maceió
  • Natal
  • Recife
  • Rio Branco
  • Palmas
  • Porto Velho
  • São Luís
  • Vitória
  • Teresina

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