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Luiza Trajano sobre carreira política: 'Vários me convidaram, menos o Lula'

Luiza Trajano marcou presença na Bienal deste ano - AgNews
Luiza Trajano marcou presença na Bienal deste ano Imagem: AgNews
do UOL

De Splash, em São Paulo

06/07/2022 18h38

Luiza Trajano e Pedro Bial fizeram hoje uma das palestras mais disputadas da Bienal do Livro de São Paulo, no Expo Center Norte. Divulgando o livro "Luiza Helena. Mulher do Brasil" (Editora Gente), a biografia da empresária por trás do Magazine Luiza, biografada e biógrafo foram ovacionados pelo público que lotou a arena mais disputada do evento literário.

Com ouvintes que iam desde expositores a gente que tirou férias e veio de outros estados apenas para ver a empresária e conhecer mais sobre a sua história, Luiza aproveitou para divulgar o grupo Mulheres do Brasil, presidido por ela, e para pedir por mais mulheres na política, principalmente nas cadeiras do senado e câmaras federal e estadual.

Vestida totalmente de vermelho, e evitando críticas diretas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar do apelo do público presente, a empresária falou sobre suas metas. "Quem manda em um país presidencial é também o Senado e os deputados. Nós temos 51% de mulheres na população e só 15% de mulheres em cadeiras. Queremos pular para 50%".

Apesar do apelo, a própria não se vê ainda na política, mesmo com os inúmeros convites que disse ter recebido em ano eleitoral. "Eu até fui tentada a entrar em um partido, vários me convidaram. Menos o Lula. Tem muita fake news do Lula. Ele foi o único que não me convidou porque já tinha uma estratégia."

Para Luiza, é difícil escolher um partido, já que tenta dialogar com todos que abrem espaço. Sem se declarar de direita ou esquerda, o discurso dela é que é sempre a favor do Brasil.

"Eu não dei conta de me filiar a um partido. Porque se um tá fazendo uma coisa boa eu vou lá, se outro chama eu vou. Sou muito apaixonada pelo Brasil. O Magazine Luíza canta o hino nacional toda segunda-feira há 25 anos em qualquer uma de suas unidades."

Apesar do discurso apartidário, existem regras para se afiliar ao grupo Mulheres do Brasil: ser a favor da democracia, da liberdade, não fazer discriminação e defender saúde e educação para todos.

"O Brasil é um país de um potencial maravilhoso. A gente tem que começar com o voto. Nós queremos pular para 50% com o grupo Mulheres Brasil em mulheres efetivas em cadeiras no Senado, na Câmara federal e estadual. E os homens estão conosco porque eles querem mudar", garante a empresária que tem rodado o país com programas de fomento a pequenos empreendedores.

capa - Divulgação - Divulgação
Biografia de Luiza Helena Trajano foi escrita por Pedro Bial
Imagem: Divulgação

A empresária diz não perder nunca a esperança, nem mesmo com a atual economia. "Eu vivi em crise. Assim que eu assumi a presidência [do Magazine Luiza] o Collor tirou o dinheiro de todo mundo de circulação. Não deixou um cruzeiro. Imagina para o varejo."

Apesar do início difícil, na pandemia, o Magazine Luiza vendeu três vezes a mais com novas estratégias.

"A pandemia foi uma coisa muito triste. Os efeitos dessa pandemia ainda vão levar 80 anos para a gente entender, mas algumas frestas a pandemia trouxe de positivo. A desigualdade que escancarou, o negro nunca foi tão valorizado como nesse pós-pandemia. E o Magazine estava preparado sem saber, porque tínhamos capitais de giro e já estávamos no digital. O que fizemos foi não se acomodar. Criamos o parceiro Magalu e vendemos três vezes mais na pandemia. Depois veio a ressaca."

A lição final que a atual presidente do conselho administrativo do Magalu divide com o público da Bienal que quer empreender é o básico: vender bem seu peixe. Ou o bolo. "O bolo diminuiu? Tem que caprichar no bolo e aprender a vender. Não tenha medo de vender."

Já para a sociedade civil, Luiza Trajano sugere que cada um assuma o país para si mesmo. "Toda transformação mais profunda da sociedade vem da sociedade civil organizada", acredita a empresária.

"Estou fazendo uma campanha para fazer acontecer, para agir. Cada um assumir o Brasil como seu. E não só ficar falando mal dos outros. É no voto, é na atitude, é não passar fake news para frente, não ficar criando briga."

Se todos nós assumirmos nosso papel de protagonista do país, ninguém vai poder com esse país. Aqui é maravilhoso. Precisamos é cuidar dele, e assumir como nosso.

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