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Filme na Berlinale mostra irmã enfrentando os limites do sofrimento

26/02/2020 12h23

Por Lena Toepler

BERLIM (Reuters) - As diretoras suíças Stéphanie Chuat e Véronique Reymond se inspiraram na experiência de perder suas próprias mães ao criarem "My Little Sister", a história da luta de uma mulher para apoiar o irmão gêmeo vitimado por uma doença terminal.

Situado em Berlim e nos Alpes Suíços, o filme apresenta Nina Hoss como Lisa, esposa e mãe de dois filhos que chega à beira do esgotamento enquanto tenta equilibrar a família e o trabalho com o desafio físico e psicológico de cuidar do irmão.

Um dos 18 títulos disputando o Urso de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Berlim deste ano, o filme é um dos vários da Berlinale que se empenham em mostrar o mundo através dos olhos das mulheres.

Hoss interpreta uma autora que atribui sua incapacidade de escrever a ter deixado Berlim para se unir ao marido na Suíça, mas cabe ao seu irmão ator, vivido por Lars Eidinger, observar que seu bloqueio começou com seu diagnóstico de câncer.

"A mãe de Stéphanie teve câncer, e ela foi sua Lisa", disse Reymond. "Ela não conseguia escrever porque cuidar da mãe era muito exigente. E escrevi o que vi – eu me tornei a escritora do que Stéphanie teve que suportar com a mãe".

Eidinger vive Sven, um membro popular do teatro berlinense Schaubuehne, como Eidinger na vida real, consumido pela necessidade de atuar para se sentir vivo.

"Por mais paradoxal que pareça, me sinto mais eu quando interpreto um papel", contou Eidinger.

Isolada mesmo quando é atingida pelas exigências de um marido, uma família, um emprego e um irmão em estado terminal, Lisa precisa traçar seu próprio caminho através do turbilhão emocional, abandonando alternadamente toda a esperança e recuperando-a.

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