Bateria da União da Ilha vestirá uniformes escolares e pedirá paz
Cantando a luta diária do brasileiro para uma vida melhor, a União da Ilha escalou os ritmistas de sua bateria para uma homenagem às crianças de colégios do Rio de Janeiro. Os músicos, comandados por Keko Araújo e Marcelo Santos vão desfilar vestidos com uniformes que lembram as da rede de ensino público. Eles virão com um pedido de paz para as crianças.
À frente da ala, desfilará a rainha Gracyanne Barbosa. Conforme a Coluna do Leo Dias já havia noticiado no início da semana, ela representará um pedido por paz nas instituições de ensino, o oposto do que estará colocado em evidência na fantasia de sua bateria.
O enredo da Ilha, desenvolvido pelos carnavalescos Fran Sérgio e Cahê Rodrigues, tem espaço para outra crítica às políticas de Segurança Pública do Rio. Acima de uma alegoria que ambienta uma favela, será possível ver um helicóptero — ações policiais em morros têm feito cada vez mais uso da aeronave diante da ordem do governador Wilson Witzel para vigiar comunidades e "atirar na cabecinha" de bandidos armados com fuzis.
Ainda há críticas à classe política como um todo: no alto de uma alegoria, assentos de vasos sanitários serão ocupados por componentes que representarão autoridades públicas na atuação de seus cargos. Embaixo deles, aparecerão as pessoas comuns.
Antes de tudo isso, a história contada pela Ilha começa com uma mulher negra em trabalho de parto esperando atendimento médico: cena nada incomum nos hospitais brasileiros, principalmente nos do Rio.
Com essa pegada realista, Laíla, o diretor de carnaval da tricolor da Ilha do Governador, na zona norte carioca, tenta repetir o sucesso que a Beija-Flor de Nilópolis conquistou em 2018, no último desfile sob seu comando. Naquele ano, a azul e branco mostrou na Avenida cenas fortes: de tiroteios a componentes interpretando policias militares mortos em ação, deitados em caixão e acompanhados por suas famílias. O apelo emocional deu certo e garantiu o título.
Laíla, que no ano passado não obteve êxito ao tentar mostrar que poderia levar a Unidos da Tijuca para as cabeças, mudou-se para a Ilha e agora tenta mais uma vez mexer com o público das arquibancadas e o júri ao colocar a vida real dentro do Sambódromo. Se a estratégia vai funcionar, saberemos apenas na apuração da Quarta-feira de Cinzas. A conferir.
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