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1917: os atores e as curiosidades do filme que se passa na Primeira Guerra

Cena de 1917, filme de Sam Mendes - Francois Duhamel/Universal Pictures
Cena de 1917, filme de Sam Mendes
Imagem: Francois Duhamel/Universal Pictures
do UOL

Renata Nogueira

Do UOL, em São Paulo

23/01/2020 04h00

Com dois Globos de Ouro e 10 indicações ao Oscar, 1917 chega quinta-feira aos cinemas cercado de expectativas. O drama de Sam Mendes (Beleza Americana, 007 - Operação Skyfall) foca na história de dois soldados que cruzam o território inimigo em uma missão para tentar salvar 1.600 vidas na Primeira Guerra Mundial.

Mas essa história realmente aconteceu? Quem são os soldados? Por que o filme está com tanta moral? Antes de comprar seu ingresso, veja as principais curiosidades do filme (sem spoilers) e chegue preparado ao cinema.

Quem são os atores principais?

George MacKay (de 11.22.63) e Dean-Charles Chapman (o reizinho Tommen Baratheon, de Game of Thrones) são os dois soldados —Schofield e Blake— que partem em uma missão de comunicação que pode evitar uma tragédia. Enquanto Schofield é escolhido ao acaso, Blake tem uma motivação a mais. Seu irmão é um dos tenentes do batalhão que pode ser atacado pelos alemães caso eles não cheguem a tempo.

Com uma atuação impecável, George MacKay ainda não é conhecido do público. Seu papel mais notável antes de 1917 aconteceu em Capitão Fantático, filme no qual ele interpreta Bodevan, o filho mais velho do personagem de Viggo Mortensen (indicado ao Oscar por esse papel). Mas ele não é nada inexperiente. Aos 27 anos, o ator já apareceu em mais de 40 filmes, entre eles Peter Pan, de 2003.

Já Dean-Charles Chapman será reconhecido pelos fãs de Game of Thrones. Ele participou de quatro temporadas da série da HBO como Tommen Baratheon/Martyn Lannister. Em Antes de Dormir, de 2014, já havia trabalhado com Colin Firth e Mark Strong, além de Nicole Kidman. Ele também está no épico O Rei, que chegou à Netflix

Preste atenção: Benedict Cumberbatch, Colin Firth e Mark Strong também estão em 1917, mas os veteranos aparecem brevemente do filme. Eles são os superiores de cada batalhão que os protagonistas cruzam durante a jornada.

Experiência Imersiva

O modo como foi conduzida a filmagem de 1917 é o que mais impressiona. Embora a história do filme seja bastante interessante, é o uso da técnica sem cortes —que se chama plano-sequência— que prende a atenção de quem está assistindo e passa uma sensação de imersão.

"Desde o início, eu senti que este filme deveria ser contado em tempo real. Cada passo da jornada, respirando junto com esses homens, era essencial. E a melhor forma de fazer isso é com uma tomada contínua", explica o diretor Sam Mendes em um vídeo promocional que mostra o processo de filmagem.

Os câmeras seguiam os atores a pé, em carros ou instalações improvisadas para manter a câmera sincronizada com tudo o que eles faziam. "É feito para parecer que você está dentro das trincheiras com esses personagens", diz a produtora Pippa Harris.

Outro desafio da equipe foi rodar as cenas sempre em ambientes externos, cada vez em um terreno diferente. A equipe precisou cavar 1,5 quilômetro de trincheiras e espalhar avisos de que os corpos bastante realistas enterrados no lamaçal eram apenas bonecos. A maior parte das filmagens aconteceu em Salisbury Plain, área central da Inglaterra.

Preste atenção: há apenas um corte no filme, e ele acontece em um momento em que um dos soldados perde a consciência e a noção do tempo. A cena, que começa à luz do dia, segue durante a noite.

1917 - Trailer Final

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Dedicado ao avô

Sam Mendes dedica o filme a seu avô, Alfred H. Mendes, que lutou com os Aliados na Primeira Guerra Mundial. A inspiração veio das histórias contadas para os netos e também da biografia dele, publicada postumamente.

O período da Primeira Guerra que os soldados enfrentam tem inspiração na Operação Alberich que aconteceu entre 9 de fevereiro e 15 de março de 1917. Os ingleses chamam a operação de retirada alemã para a Linha de Hindenburg e o filme mostra momentos em que os ingleses alcançam trincheiras bastante elaboradas deixadas para trás. Apesar disso, a data mostrada logo no início do filme —6 de abril de 1917— marca o dia em que os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha, um apoio fundamental para a vitória aliada (apesar de o filme não chegar a esse momento).

Os dois soldados foram criados a partir da personalidade do avô de Sam Mendes, que se alistou aos 19 anos, lutou na Primeira Guerra pelo Reino Unido e ganhou medalhas por suas conquistas, entre elas por entregar mensagens importantes a batalhões que haviam perdido contato. Foi em território francês que o avô do diretor também se apaixonou por uma francesa, Lucille, a única mulher adulta a aparecer no filme (ela está acompanhada de uma bebê).

Preste atenção: são várias sutis homenagens ao avô de Sam Mendes. Das medalhas e da homenagem ao grande amor dele que ficou na Guerra, Lucille, à mensagem final, direcionada ao herói de guerra que morreu em 1991, aos 93 anos.

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