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Izabella Camargo sobre saída da Globo: "Pior que assalto a mão armada"

Jornalista Izabella Camargo participa do Programa Pânico - Reprodução
Jornalista Izabella Camargo participa do Programa Pânico Imagem: Reprodução
do UOL

Colaboração para o UOL

09/12/2019 14h56

A jornalista Izabella Camargo, que se viu no centro de polêmica ao ser demitida da TV Globo após uma licença médica causada por Síndrome de Burnout, participou do Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, para falar da doença e de sua carreira.

Izabella disse que, na ocasião de sua demissão (em outubro de 2018), tinha a sensação de ter prestígio no canal. Por isso, sentiu-se surpresa e decepcionada com a decisão da emissora.

"Foi a coisa mais violenta que aconteceu na minha vida. Foi pior do que um assalto a mão armada [?]. Imagine que você tem moral e acabou de receber elogios. Você pensa que está batendo um bolão. Aí acontece uma situação e te falam que você não serve mais. Você se sente injustiçado ou não?", questionou.

A jornalista foi reintegrada à Globo por uma decisão judicial, mas fez um acordo milionário com a emissora e saiu novamente para tocar projetos pessoais. Embora afirme não ter inimizades na emissora, ela demonstrou mágoas com um profissional dos bastidores.

"Uma pessoa disse que, no jornal dela, eu não voltaria a trabalhar. E isso foi logo quando fui reintegrada. É um absurdo, chocante", revelou, sem citar nomes.

Izabella acredita que a atitude de ter entrado na justiça para buscar seus direitos pode inspirar outros profissionais a fazer o mesmo em casos de doenças similares.

"Coloquei um dedo na ferida, rompi um sistema. Quando eu trabalhava na TV, as pessoas me paravam para tirar uma foto. Hoje, param para me agradecer por ter rompido o sistema, colocado o dedo na ferida de uma situação que está todo mundo jogando para debaixo do tapete", revelou.

Relação da profissão com o Burnout

A jornalista contou que a própria profissão como jornalista a encorajou a procurar ajuda médica e jurídica para lidar com a Síndrome de Burnout.

"O jornalista faz um juramento de buscar a verdade e a lei. Se eu, no meu caso, não buscar verdade e lei, eu estaria sendo ignorante. Como não vou fazer comigo o que fiz por anos com outros personagens que encontrei na rua? E qual empresa não quer um profissional que fale a verdade? Se essa empresa vai ter medo de eu processar, isso depende apenas das atitudes dela", disse.

Prestes a lançar um livro que vai abordar doenças ocupacionais, Izabella coloca-se atualmente como uma porta-voz de quem sofre com esse tipo de perturbação — e acredita que empresas sérias trabalham para evitar casos como o dela.

"Não adianta só colocar poltrona colorida e mesa de pingue-pongue. Isso não vai melhorar a qualidade de trabalho do sujeito. A empresa que queira gastar menos com plano de saúde vai ter que gastar mais com prevenção", disse.

"Espero que não seja aceitável, em breve, que empresas joguem fora seus talentos quando precisarem de ajuda. E é uma coisa muito pequena, não precisa mandar para a Suíça em um hotel cinco estrelas. É o cara não ter vergonha de sair de férias, por exemplo. É não ter vergonha de dar o horário e ir embora. Mas, hoje, a gente vive a glamourização do estresse", concluiu.

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