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Academia Sueca defende escolha do Nobel de Literatura de 2019

17/10/2019 11h08

Por Simon Johnson

ESTOCOLMO (Reuters) - A Academia Sueca defendeu a decisão de conceder o prêmio Nobel de Literatura de 2019 ao escritor austríaco Peter Handke, dizendo que ele fez comentários provocantes, mas não apoiou nenhum derramamento de sangue.

A homenagem a Handke gerou críticas, inclusive de sobreviventes do massacre de Srebrenica de 1995 que pediram que a academia revogue o prêmio equivalente a 930 mil dólares que anunciou na semana passada.

Em 2006, Handke discursou no funeral do falecido presidente sérvio Slobodan Milosevic, que morreu na detenção aguardando um julgamento no tribunal de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas (ONU) em Haia devido ao seu papel nas guerras balcânicas dos anos 1990.

O escritor também expressou apoio aos líderes bósnio-sérvios Radovan Karadzic e Ratko Mladic, condenados por genocídio devido ao assassinato de mais de 8 mil homens e meninos muçulmanos em Srebrenica, um enclave sob proteção da ONU.

Em um artigo publicado nesta quinta-feira no diário sueco Dagens Nyheter, Mats Malm, o chefe da Academia Sueca, admitiu que Handke fez "comentários provocantes, inadequados e confusos sobre questões políticas".

Mas ele disse que o autor não glorificou o derramamento de sangue e que condenou claramente o massacre de Srebrenica.

"A Academia... não encontrou nada em seus escritos que constitua um ataque à sociedade civil ou ao respeito à igualdade de todas as pessoas", escreveu Malm.

A Academia citou um artigo de 2006 publicado no jornal alemão Suddeutsche Zeitung no qual Handke disse que o massacre de Srebrenica foi o pior crime contra a humanidade na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

(Reportagem adicional de Anna Ringstrom)

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