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Carla Diaz se inspira em Silêncio dos Inocentes para interpretar Suzane Von Richthofen

Carla Diaz como Suzane Von Richthofen - Divulgação
Carla Diaz como Suzane Von Richthofen Imagem: Divulgação
do UOL

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

23/06/2019 04h00

O assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, cometido há quase 17 anos por sua filha Suzane, então com 19 anos, em parceria com os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, é lembrado até hoje pela atriz Carla Diaz, 28, que tinha 11 anos na época. Ela foi escolhida para interpretar Suzane nos cinemas no filme A Menina Que Matou os Pais.

Em entrevista ao UOL, a atriz disse que, para ela, parece que o crime ocorreu ontem. "Lembro muito das cenas do velório, eles sendo presos, das entrevistas que deram. É uma história que ainda está presente nas nossas memórias por ter sido tão emblemática", contou.

Suzane velório - Flávio Grieger/Folhapress - Flávio Grieger/Folhapress
Suzane Von Richthofen com o irmão no velório dos pais
Imagem: Flávio Grieger/Folhapress
Para interpretar a criminosa, a atriz disse ter se inspirado em atores de Hollywood que interpretaram papéis de assassinos e psicopatas, como Rosamund Pike em Garota Exemplar, Charlize Theron em Monster, Anthony Hopkins em O Silêncio dos Inocentes, e em Malcolm McDowell em Laranja Mecânica.

Carla disse ainda que não pretende se encontrar com Suzane nem com os irmãos Cravinhos. "Só seria interessante como laboratório ter conhecido ela lá naquela época, há 17 anos. Eu a interpreto naquele momento da vida", disse.

O filme, que não terá nenhuma participação de Suzana, será dirigido por Maurício Eça e contará com o roteiro da criminóloga Ilana Casoy e do escritor Raphael Montes, com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2020.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

O que se lembra daquela época? Como recebeu a notícia do crime?
Eu tinha exatamente 11 anos quando esse caso aconteceu e, para mim, parece que foi ontem de tanto que me chocou. Acredito que esse também foi o sentimento da maioria das pessoas em relação a esse crime bárbaro. O sentimento de todos era de indignação. No geral, as pessoas queriam uma resolução do crime, saber quem tinha cometido aquilo e que a justiça fosse feita. Lembro muito das cenas do velório, eles sendo presos, das entrevistas que deram. É uma história que ainda está presente nas nossas memórias por ter sido tão emblemática.

Como será a sua pesquisa para interpretar a personagem?
Já está sendo, além de rever todas as entrevistas e notícias da época, tomando cuidado com as fake news claro, estou entrevistando alguns especialistas, como o advogado criminalista e professor Caio Padilha, também alguns psicólogos e psiquiatras, para ter conhecimento sobre o caso dentro dessas áreas que não me competem. Para ter referências artísticas, estou vendo diversas séries e filmes do gênero. Além disso, também começarei as preparações de construção de personagem com a Larissa Bracher.

Você pretende se encontrar com a Suzane para conhecê-la?
Não. Só seria interessante como laboratório ter conhecido ela lá naquela época, há quase 17 anos. Eu a interpreto naquele momento da vida.

Pretende se encontrar com os irmãos Cravinhos?
Não.

Você conhece o trabalho da Ilana Casoy? Já leu algum dos livros dela?
Estou lendo "Casos de Família", que é escrito por ela. A Ilana é especialista em crimes, o seu trabalho é muito reconhecido, tem vários livros famosos, inclusive já participou escrevendo séries sobre o tema, como Dupla Identidade. Fazer parte de um projeto escrito por ela só me deixa muito honrada.

Quais são os desafios ao interpretar uma pessoa que ficou nacionalmente conhecida por um crime bárbaro, especialmente porque ela ainda está viva?
O desafio é exatamente esse, contar uma história que chocou o Brasil. Um caso emblemático, que ainda se faz presente nas nossas memórias, já que anualmente ainda vemos notícias sobre eles. Eu acho difícil encontrar alguém que consiga defender as atitudes deles, principalmente o que ela fez com os pais. Eu reprovo completamente. Acho que o maior desafio é contar essa história com a veracidade que ela exige.

Como o convite de interpretar a Suzane chegou até você e qual foi a sua reação?
Eu soube que estavam acontecendo os testes para o filme, fiz e fui aprovada. Se eu não me engano, eles já estavam testando atrizes há um bom tempo para o papel. Desde o início, soube que seria uma grande responsabilidade contar uma história como essa, um caso que deixou todos nós brasileiros intrigados e estarrecidos. Foi um crime tão bárbaro que sempre será lembrado. Então a minha primeira reação foi essa sensação da responsabilidade mesmo.

Você tem algum receio de seus fãs receberem mal o fato de você interpretar uma assassina?
De forma alguma. Sou uma atriz e tenho que estar preparada para interpretar qualquer tipo de personagem, por mais que eu não concorde com as atitudes dele, esse é o meu ofício! Mas tenho certeza que será um trabalho intenso e profundo!

Você se inspirou no trabalho de alguma atriz do Brasil ou do exterior que já interpretou personagens semelhantes?
Rosamund Pike em Garota Exemplar, Charlize Theron em Monster, Brad Pitt em Kalifornia, Anthony Hopkins em O Silêncio dos Inocentes, Malcolm McDowell em Laranja Mecânica, Lorenzo Ferro em O Anjo, entre outros

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