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Scott Walker, inspiração para várias gerações de músicos, morre aos 76 anos

25/03/2019 14h05

Londres, 25 Mar 2019 (AFP) - O cantor e compositor britânico Scott Walker morreu aos 76 anos, anunciou nesta segunda-feira sua gravadora, após uma carreira que o levou de ícone da música pop nos anos 1960 a um músico de vanguarda no século XXI.

Walker, que nasceu nos Estados Unidos mas adquiriu a cidadania britânica, foi o vocalista da banda pop The Walker Brothers, antes de iniciar uma carreira solo em 1967.

Embora não seja tão conhecido do grande público, Walker foi uma grande influência para artistas e grupos, como o falecido David Bowie, Alex Truner, Jarvis Cocker, Radiohead, Pulp, R.E.M, Elvis Costello, Marc Almond, U2 ou The Last Shadow Puppets.

"Com grande tristeza anunciamos a morte de Scott Walker", anunciou a gravadora 4AD no Twitter, em uma mensagem que classificou o artista como um "titã único e inovador na vanguarda da música britânica".

Para muitos, era uma referência pop bastante distante dos anos 1960, quando tocou com The Walker Brothers temas como "The Sun Ain't Gonna Shine (Anymore)", mas para os conhecedores foi uma verdadeira lenda.

O vocalista do Radiohead, Thom Yorke, afirmou que Walker teve "uma grande influência no Radiohead e para mim, mostrando como eu poderia usar minha voz e minhas palavras".

"Muito triste saber do falecimento de Scott Walker... realmente um dos maiores, tão único, um verdadeiro artista", reagiu o produtor britânico Nigel Godrich.

Entre os sucessos da carreira solo de Walker - que tocava diversos instrumentos, era compositor e produtor - estão "Jackie" (1967), "Joanna" (1968) e "Lights of Cincinnati" (1969).

- "Gênio musical absoluto" -Walker, que nasceu em Ohio, mas adquiriu a cidadania britânica e viveu cinco décadas em Londres, onde alcançou a plenitude musical, foi o vocalista do The Walker Brothers antes de embarcar em uma carreira solo em 1967.

Com uma voz grave e potente que, como ele mesmo admitiu, era inspirada um pouco em Frank Sinatra, será para sempre lembrado por seus quatro primeiros álbuns solo, conhecidos como a série dos "Scott", "2", "3" e "4".

Sua música, sinfônica e barroca, é, por vezes, grandiosa, como em "The Old Man's Back Again", sobre a invasão da Tchecoslováquia em 1968.

Os anos 1970 foram marcados por um leve declínio e Walker, que já se escondia do sucesso atrás de seus óculos escuros, tornou-se um dos artistas mais enigmáticos e isolados do sul de Londres.

Nos anos 80 e 90, entretanto, continuou criando, ocasionalmente lançando álbuns nos quais mostrava sua orientação experimental e compondo músicas para filmes, como "Pola X" de Leos Carax.

Saiu das sombras nos 2000, quando Jarvis Cocker, um de seus maiores fãs, confiou a ele as rédeas do último álbum do Pulp, "We Love Life", e depois deu à luz dois álbuns, "The Drift" e "Bish Bosch", elogiados pela crítica.

Um dos primeiros a reagir aoo seu falecimento foi Marc Almond. "Enigmático, misterioso (...) um gênio musical absoluto, existencial e intelectual. Perdemos Bowie e agora ele. Há uma rachadura no universo", escreveu o ex-vocalista do Soft Cell no Instagram.

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